Outro

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Podemos distinguir o outro que é o outro e que não sou [[eu]], do outro de mim mesmo, isto é, aquele outro que eu ainda não sou e desconheço, mas posso chegar a [[ser]] e a [[conhecer]]. E ainda podemos falar também do outro do outro, aquele que jamais me será acessível (se não conheço ainda o outro de mim mesmo, imagine-se conhecer o outro do outro, ou seja, há sempre um [[velado]] em tudo que se desvela, em todo [[fenômeno]]. Daí a [[realidade]] ser um [[mistério]], que nenhuma [[razão]] jamais pode [[dar]] a [[conhecer]]. É o [[limite]] instransponível da [[estética]] e da [[epistemologia]]" (1). E isso se torna o ponto fraco de todas as [[teorias]] que tomam como base a [[estética]], que, essencialmente, é epistemológica. É necessário uma [[abertura]] para o [[poético]] de que há em nós, justamente aquilo que ainda não é e não conhecemos e é nosso desafio.
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: CASTRO, Manuel Antônio de. "Ser, o agir e o humano". In: --------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2015, p. 38.
: CASTRO, Manuel Antônio de. "Ser, o agir e o humano". In: --------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2015, p. 38.
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Edição de 12h24min de 18 de Dezembro de 2016

1

"Podemos distinguir o outro que é o outro e que não sou eu, do outro de mim mesmo, isto é, aquele outro que eu ainda não sou e desconheço, mas posso chegar a ser e a conhecer. E ainda podemos falar também do outro do outro, aquele que jamais me será acessível (se não conheço ainda o outro de mim mesmo, imagine-se conhecer o outro do outro, ou seja, há sempre um velado em tudo que se desvela, em todo fenômeno. Daí a realidade ser um mistério, que nenhuma razão jamais pode dar a conhecer. É o limite instransponível da estética e da epistemologia" (1). E isso se torna o ponto fraco de todas as teorias que tomam como base a estética, que, essencialmente, é epistemológica. É necessário uma abertura para o poético de que há em nós, justamente aquilo que ainda não é e não conhecemos e é nosso desafio.


Referência:
CASTRO, Manuel Antônio de. "Ser, o agir e o humano". In: --------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2015, p. 38.

2

"O que somos também não pode ser determinado pelo olhar dos outros nem pelo que está na moda ou pelo que predomina como demanda de consumo no contexto social ou ainda por alguma possível função. O outro, sempre presente no diálogo que todos nós somos, não é determinante para aquilo que somos e não somos, mas o sinal visível e externo da afirmação de nossa diferença. O outro não pode ser a minha medida, senão nos medimos por algo que nos é estranho. E é esta não-medida que podemos denominar de impróprio. Mas ele deve compartilhar, pela com-paixão, a aventura de sermos no apelo abismal de todo diálogo, de toda leitura" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de Castro. "A linguagem poética e instrumental". In: -------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2015, p. 55.
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