Técnica

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"A técnica, entendida como manejo instrumental, não pode dar conta desse desvelar. Assim, não pode dar conta do produzir, e muito menos da [[verdade]]. A técnica, entendida como fabricação, subtrai à [[produção]] sua principal característica - a possibilidade de operar [[desvelamento]], a possibilidade de [[desvelar]]." (1)
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:" ''O sentido do mundo técnico oculta-se''. Porém, se atentarmos agora, particular e constantemente, que em todo o [[mundo]] técnico deparamos com um [[sentido]] oculto, então encontramo-nos imediatamente na esfera do que se oculta de nós e se oculta precisamente ao vir ao nosso encontro. O que, deste modo, se mostra e simultaneamente se retira é o traço fundamental daquilo a que chamamos  o [[mistério]]. Denomino a atitude em virtude da qual nos mantemos abertos ao sentido oculto do mundo técnico ''a abertura ao mistério (die Offenheit für das Geheimnis)'' (1).
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:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 89.
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: (1) HEIDEGGER, Martin. ''Serenidade''. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d, p. 25.
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Edição de 16h30min de 1 de Outubro de 2012

1

É essencial apreender o ponto de partida da técnica na modernidade. Ela se funda na decisão do que é realidade a partir do sapere aude, onde se dá o ser como funcionalidade e a verdade como operatividade. Então, não há lugar para a escuta e o velar-se da phýsis no desvelar-se. Por isso diz Carneiro Leão: "Só temos olhos para o espaço físico-geométrico de sujeito e objeto. Pois este podemos medi-lo com uma escala exatamente definida. Podemos operá-lo com resultados precisos (...) mas com uma arte (...) não podemos empreender nada. Não podemos nem mesmo compreendê-la" (1).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 172.

2

"Entretanto, também a técnica é um modo de revelação do Ser, modo em que Ser se revela como ausência, como esquecimento, como máximo retraimento, como opacidade do ente. Este retrair-se não é uma nulidade; uma força de atração. Na tração deste retraimento o homem é atraído, é forçado a desinstalar-se de hábitos cristalizados e automatismos de pensamento, a repensar sua identidade enquanto humano." (1)


Referência:
(1) UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 164: 179/188, jan.-mar., 2006, p. 184.


Ver também:


3

"A compreensão usual de técnica, e quando falamos da Cultura Ocidental como uma cultura hegemonizada e hegemonizadora pela e através da técnica estamos nos referindo a esta compreensão mais usual, impõe a finalidade antes da produção. Produzir é produzir serventia e produtivo é quem produz serviço. Produzir é necessariamente produzir para uma finalidade pré-estipulada, para uma utilidade." (1)


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 88.


4

" O sentido do mundo técnico oculta-se. Porém, se atentarmos agora, particular e constantemente, que em todo o mundo técnico deparamos com um sentido oculto, então encontramo-nos imediatamente na esfera do que se oculta de nós e se oculta precisamente ao vir ao nosso encontro. O que, deste modo, se mostra e simultaneamente se retira é o traço fundamental daquilo a que chamamos o mistério. Denomino a atitude em virtude da qual nos mantemos abertos ao sentido oculto do mundo técnico a abertura ao mistério (die Offenheit für das Geheimnis) (1).


- Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, s/d, p. 25.

5

"... a técnica moderna está fundada, como prescrição, na persuasão. O que persuade na persuasão é precisamente a sua possibilidade de assegurar que o caminho percorrido leve inexoravelmente a um final previsto. Nesse sentido, persuasão é aqui entendida como o fazer emergir a razão como modo de assegurar a si mesma e ao real através do con-senso. Significa: o que é constante se apresenta como dado desde sempre e é em torno deste que é proclamado tanto con-senso quanto neutralidade. Con-senso diz aqui aceitação de uma constante como razão." (1)


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 120-1.
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