Construir

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(3)
Linha 42: Linha 42:
:(1) HEIDEGGER, Martin.  ''Ensaios e conferências''. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 139.
:(1) HEIDEGGER, Martin.  ''Ensaios e conferências''. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 139.
 +
 +
 +
== 6 ==
 +
:Construir, instruir, destruir, obstruir são verbos todos ligados ao verbo latino ''struere'', de onde vem estrutura. O que é estrutura? Nós a podemos pensar em duas vertentes: a) no estruturar algo como algo, uma cadeira, uma mesa, um sapato, um carro etc. São os objetos. Isso, na realidade, é algo abstrato, no sentido de que é algo conceitual, embora funcional. Há uma outra estrutura que está ligada ao sentido de construir num sentido poético. Diz Heidegger: " A [[poesia]] não é, portanto, nenhum construir no sentido de instauração e edificação de coisas construídas. Todavia, enquanto medição propriamente dita da dimensão do habitar, a poesia é um construir em sentido inaugural" (1). O construir remete, por isso mesmo, para a questão essencial da [[medida]]. É nesse horizonte que se dá a construção poética do real. Na questão do construir reside a questão essencial não só da medida, mas também do "pôr", do "instalar", porque aí temos a tensão vazio/eclosão/limites, ou seja também, silêncio/eclosão/som.
 +
 +
 +
:Referência:
 +
:(1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, Habitar, Pensar". In: ''Ensaios e Conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 178, § 35.

Edição de 18h19min de 9 de Maio de 2009

1

"As coisas são lugares que propiciam espaços. Construir é edificar lugares. Por isso, construir é um fundar e articular espaços. Construir é produzir espaços" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 137.


2

"O construir, porém, nunca configura "o espaço". Nem de forma imediata, nem de forma mediata. Assim é que, por produzir coisas como lugares, o construir está mais próximo da essência dos espaços e da proveniência essencial "do" espaço do que toda geometria e matemática. Construir significa edificar lugares que propiciam estância e circunstância à quadratura" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 138.


3

"O construir recebe, a partir da quadratura, a medida para todo dimensionamento e medição dos espaços que se abrem, a cada vez, com os lugares fundados. As coisas construídas preservam a quadratura. São coisas que, a seu modo, resguardam a quadratura" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001.

4

Quando se tenta pensar a essência do construir que edifica com base num deixar-habitar, faz-se uma experiência mais clara do que seja o produzir em que se consuma e plenifica o construir" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 138.


5

"A essência de construir é deixar-habitar. A plenitude de essência é o edificar lugares mediante a articulação de seus espaços. Somente em sendo capazes de habitar é que podemos construir" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 139.


6

Construir, instruir, destruir, obstruir são verbos todos ligados ao verbo latino struere, de onde vem estrutura. O que é estrutura? Nós a podemos pensar em duas vertentes: a) no estruturar algo como algo, uma cadeira, uma mesa, um sapato, um carro etc. São os objetos. Isso, na realidade, é algo abstrato, no sentido de que é algo conceitual, embora funcional. Há uma outra estrutura que está ligada ao sentido de construir num sentido poético. Diz Heidegger: " A poesia não é, portanto, nenhum construir no sentido de instauração e edificação de coisas construídas. Todavia, enquanto medição propriamente dita da dimensão do habitar, a poesia é um construir em sentido inaugural" (1). O construir remete, por isso mesmo, para a questão essencial da medida. É nesse horizonte que se dá a construção poética do real. Na questão do construir reside a questão essencial não só da medida, mas também do "pôr", do "instalar", porque aí temos a tensão vazio/eclosão/limites, ou seja também, silêncio/eclosão/som.


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, Habitar, Pensar". In: Ensaios e Conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 178, § 35.
Ferramentas pessoais