Ser ilimitado

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(Criou página com '== 1 == : "Ora, ser consciente de limites só é possível se eu sei acerca de algo que está além dos limites e que, limitando-me, se me opõe. Porém, ...')
(1)
Linha 1: Linha 1:
== 1 ==
== 1 ==
: "Ora, ser [[consciente]] de [[limites]] só é [[possível]] se [[eu]] sei acerca de [[algo]] que está além dos [[limites]] e que, limitando-me, se me opõe. Porém, este [[outro]] não pode ser o [[ser ilimitado]] que me ultrapassa, o [[ser]] como [[horizonte]] [[infinito]]. Pois, como [[ente]] [[finito]], não sou capaz de exercer o [[ser ilimitado]] em si mesmo, mas somente o [[ser]] de [[entes]] [[finitos]] e através deste, [[indiretamente]], o [[ser ilimitado]], do contrário eu deveria [[ser]] o [[próprio]] [[ser ilimitado]], ou não seria mais [[finito]], mas [[espírito]] [[infinito]]. Portanto, este [[ser]] que me transcende para além de mim [[mesmo]] – e do qual preciso dar-me conta para dar-me conta de meus [[limites]]. – [[eu]] só posso [[saber]] acerca dele num [[ente]] [[finito]], que não [[sou]] eu, mas que se me opõe como [[algo]] de [[outro]]. Somente na medida em que me dou conta do [[outro]] como [[outro]], pode [[luzir]] em meu [[saber]] a [[diferença]] ou [[transcendência]] do [[ser ilimitado]] frente ao meu [[ser]]" (1).
: "Ora, ser [[consciente]] de [[limites]] só é [[possível]] se [[eu]] sei acerca de [[algo]] que está além dos [[limites]] e que, limitando-me, se me opõe. Porém, este [[outro]] não pode ser o [[ser ilimitado]] que me ultrapassa, o [[ser]] como [[horizonte]] [[infinito]]. Pois, como [[ente]] [[finito]], não sou capaz de exercer o [[ser ilimitado]] em si mesmo, mas somente o [[ser]] de [[entes]] [[finitos]] e através deste, [[indiretamente]], o [[ser ilimitado]], do contrário eu deveria [[ser]] o [[próprio]] [[ser ilimitado]], ou não seria mais [[finito]], mas [[espírito]] [[infinito]]. Portanto, este [[ser]] que me transcende para além de mim [[mesmo]] – e do qual preciso dar-me conta para dar-me conta de meus [[limites]]. – [[eu]] só posso [[saber]] acerca dele num [[ente]] [[finito]], que não [[sou]] eu, mas que se me opõe como [[algo]] de [[outro]]. Somente na medida em que me dou conta do [[outro]] como [[outro]], pode [[luzir]] em meu [[saber]] a [[diferença]] ou [[transcendência]] do [[ser ilimitado]] frente ao meu [[ser]]" (1).
 +
 +
 +
:  Referência:
 +
 +
:  (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. ''Metafísica''. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
 +
 +
== 2 ==
 +
: "Toda [[pergunta]], todo [[saber]] nosso, se exerce dentro do [[horizonte]] do [[ser]]. Este, como [[horizonte]], é constituído pelo [[ser absoluto]]. Ora, embora para [[perguntar]] devamos sempre já co-exercer o [[horizonte]] do [[ser ilimitado]], no entanto, isto se realiza apenas no [[sentido]] de que o pré-captamos sem atingi-lo na sua [[plenitude]], ou seja, que ele é [[fundamentalmente]] ''a direção para onde'' vai toda nossa [[pergunta]] e nosso [[saber]], sem que jamais o possamos abranger à maneira de um abraço com que envolvemos alguém" (1).

Edição de 22h06min de 11 de Agosto de 2020

1

"Ora, ser consciente de limites só é possível se eu sei acerca de algo que está além dos limites e que, limitando-me, se me opõe. Porém, este outro não pode ser o ser ilimitado que me ultrapassa, o ser como horizonte infinito. Pois, como ente finito, não sou capaz de exercer o ser ilimitado em si mesmo, mas somente o ser de entes finitos e através deste, indiretamente, o ser ilimitado, do contrário eu deveria ser o próprio ser ilimitado, ou não seria mais finito, mas espírito infinito. Portanto, este ser que me transcende para além de mim mesmo – e do qual preciso dar-me conta para dar-me conta de meus limites. – eu só posso saber acerca dele num ente finito, que não sou eu, mas que se me opõe como algo de outro. Somente na medida em que me dou conta do outro como outro, pode luzir em meu saber a diferença ou transcendência do ser ilimitado frente ao meu ser" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.

2

"Toda pergunta, todo saber nosso, se exerce dentro do horizonte do ser. Este, como horizonte, é constituído pelo ser absoluto. Ora, embora para perguntar devamos sempre já co-exercer o horizonte do ser ilimitado, no entanto, isto se realiza apenas no sentido de que o pré-captamos sem atingi-lo na sua plenitude, ou seja, que ele é fundamentalmente a direção para onde vai toda nossa pergunta e nosso saber, sem que jamais o possamos abranger à maneira de um abraço com que envolvemos alguém" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
Ferramentas pessoais