Legein
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→3) |
(→1) |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
== 1 == | == 1 == | ||
- | :''Legein'' é um verbo grego com uma amplitude e [[vigência]] do [[sentido]] do [[ser]] que desafia, historicamente, qualquer redução sua a significados semânticos. O verbo legein abre [[horizontes]] de sentido que dizem a própria dinâmica histórica do [[acontecer]] da [[realidade]]. E é isso que enriquece de uma maneira radical e originária o próprio vigorar do [[diálogo]] histórico das [[épocas]] ou gerações, e constitui ontologicamente a própria [[dialética]]. | + | :''[[Legein]]'' é um [[verbo]] [[grego]] com uma amplitude e [[vigência]] do [[sentido]] do [[ser]] que desafia, historicamente, qualquer redução sua a significados semânticos. O verbo legein abre [[horizontes]] de sentido que dizem a própria dinâmica histórica do [[acontecer]] da [[realidade]]. E é isso que enriquece de uma maneira radical e originária o próprio vigorar do [[diálogo]] histórico das [[épocas]] ou gerações, e constitui ontologicamente a própria [[dialética]]. |
: - [[Manuel Antônio de Castro]] | : - [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
- | |||
- | |||
== 2 == | == 2 == |
Edição de 16h00min de 19 de Maio de 2020
Tabela de conteúdo |
1
- Legein é um verbo grego com uma amplitude e vigência do sentido do ser que desafia, historicamente, qualquer redução sua a significados semânticos. O verbo legein abre horizontes de sentido que dizem a própria dinâmica histórica do acontecer da realidade. E é isso que enriquece de uma maneira radical e originária o próprio vigorar do diálogo histórico das épocas ou gerações, e constitui ontologicamente a própria dialética.
2
- "O radical indo-europeu –lg- de legein tem, ao longo do percurso ocidental, realizado toda essa rica gama de significados. Portanto, na raiz de todo é e/ou não-é age a força de legein, uma força de produzir tensões e integrar conflitos, dialeticamente. Dessa maneira, todos os significados de legein estão referenciados pela dinâmica poética da linguagem" (1). Toda essa rica gama diz respeito a: "1ª. Reunir e concentrar; 2ª. Pausar, assentar e repousar; 3ª. Listar, relacionar, narrar ou ditar. Só reúne e discerne quem de antemão já vigora no aprender e compreender. É assim que são possibilitados o dizer, as narrativas, a leitura e o diálogo" (2).
- - Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio. "Dialética e diálogo: a verdade do humano". In: Revista TB, Rio de Janeiro, 192, jan.-mar., 2013, p. 14.
- (2) Idem, p. 14.
3
- “Um dos mistérios da história ocidental se tem concentrado na dinâmica de expansão e no poder de transformação do radical indo-europeu de leg-o, que confere toda a criatividade poética da cultura e civilização do Ocidente” (1). Originariamente, no radical de legein, já acontece a experienciação de “pôr e depor, de dispor, propor e compor”. Em meio às vivências e experiencições do real com seus entes e suas relações, vela-se-nos o vigor ontológico do ser, pondo-se e depondo-se em estados, processos e posições.
- - Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 33.
4
- "Na raiz de todo é e/ou não é age a força de leg-ein, a força de produzir tensões e integrar conflitos. Nas vicissitudes e peripécias de realização deste radical vive o poder criador e destruidor da Linguagem de gerar posições e compor oposições. É por isso que a forma medial, leg-esthai, diz e pode dizer a experiência de assentar-se no recolhimento do repouso de si mesmo e dos outros" (1)
- - Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 34.