Ser-com
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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Edição de 22h55min de 9 de Agosto de 2019
1
- Um outro caminho de entender o ser-com além do diálogo é uma reflexão sobre unidade a partir do fragmento III de Parmênides: "Pois o mesmo é ser e pensar", e do fragmento 50 de Heráclito: "Auscultando não a mim mas ao lógos, é sábio concordar que tudo é um". Antonio Jardim desenvolve essa problemática tematizando a questão da Unidade. E assim afirma: "Uma unidade se caracteriza basicamente enquanto unidade, seja ela originária ou não. Uma unidade é irrepetível no outro, ela não se expõe à dinâmica da igualdade. Uma unidade só é igual a si mesma. É a partir desse ser igual a si mesma que ela é concomitantemente exigência de um outro ou de uma outra unidade" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7letras, 2005, p. 53.
- Ver também:
2
- "Um diálogo sempre se dá, acontece “entre” um Eu E um Tu. Cotidiana e impensadamente sempre achamos que o diálogo visa comunicar, tornar comum algo, isto é, que será tanto do eu como do tu. São as informações e os conhecimentos, ou seja, aquilo que é produzido pelas disciplinas. Estas são o “entre” Eu E Tu. Esta posição, como já vimos, surge do conceito de interdisciplinaridade, onde o “entre” é reduzido e se confunde com as disciplinas. Elas são o elemento comum a quem ensina e a quem aprende, ao emissor e ao receptor. Diálogo é isso, mas é também bem mais complexo e profundo" (1). Quando acontece o diálogo essencial, Heidegger o denomina também Mit-sein, isto é: ser-com, onde acontece concomitantemente o Dasein e o In-der-Welt-sein.
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 27.
2
- "A escrita solitária pressupõe sempre o outro. Somos essencialmente ser-com. Em princípio, um diálogo acontece quando há uma fala e uma escuta ou uma escrita e uma leitura, como é o caso presente. Porém, além do emissor e do receptor, deve haver uma terceira dimensão com uma faceta dupla: o quê se comunica e o como se comunica: deve haver um conhecimento e um meio" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 26.