Dissimulação
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→2) |
(→3) |
||
| Linha 18: | Linha 18: | ||
: A [[realidade]] da [[Ek-sistência]] se encaminha e realiza na dissimulação do [[sonho]], do embelezamento, dos [[ritos]] dos pequenos atos, da gratuidade do [[viver]] e da dignidade do ser [[simples]]. E então tudo isso se torna via dissimulada daquilo que em toda dissimulação se procura: a plena posse e integração em ''[[Eros]]'', no [[Amor]]. Só o Amor con-suma o que no dissimular não se dissimula por não se poder dissimular mais, por simplesmente [[Ser]]. | : A [[realidade]] da [[Ek-sistência]] se encaminha e realiza na dissimulação do [[sonho]], do embelezamento, dos [[ritos]] dos pequenos atos, da gratuidade do [[viver]] e da dignidade do ser [[simples]]. E então tudo isso se torna via dissimulada daquilo que em toda dissimulação se procura: a plena posse e integração em ''[[Eros]]'', no [[Amor]]. Só o Amor con-suma o que no dissimular não se dissimula por não se poder dissimular mais, por simplesmente [[Ser]]. | ||
| + | |||
| + | : - [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
| + | |||
| + | |||
| + | |||
| + | == 2 == | ||
| + | : Então o dissimular é a [[dobra]] [[originária]] onde ser ou [[apropriar-se]] é deixar os prazos serem prazos do [[destino]] enquanto [[silêncio]], vazio, não-ser do [[Nada]]. Por isso, no [[sendo]] quem se recusa, esgueira e dissimula não é o sendo nem a [[verdade]] do sendo, mas a [[não-verdade]] e o Nada do sendo. | ||
: - [[Manuel Antônio de Castro]] | : - [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
Edição de 23h12min de 13 de Julho de 2016
Tabela de conteúdo |
1
- Patologia diz doença. Mas o que é doença? Quem se torna ou o que se torna padrão do saudável? Aí não há lugar para a dissimulação. Esta jamais será uma realidade científica, conceitual, porque nesta tudo tem que ser explicado e analisado causalmente. E a dissimulação fundamental é se mostrar e desvelar tanto mais quanto mais se vela. O vigorar da dissimulação enquanto velamento é sem causa, é total acontecer originário, sem documento de identificação ou justificativa dos cânones vigentes. Como o velar-se pode se tornar um conceito científico? Até a metafísica não soube aceitá-la, deslocando-a para a categoria do falso. Dissimulação é velamento desvelando-se em desvelo velado e amoroso. Dissimulação é jogo de ser e não-ser, enquanto consciente e inconsciente, pois este é o que sabemos dissimulando-se, em atitudes, em jogos de palavras, gestos, trocadilhos. A realidade em sua essência originária é dissimulação.
2
- Na dissimulação a realidade é oblíqua, sempre oblíqua, ambígua, viva, inusitada, inesperada, envolvente, transtornadora e transformadora, admirável, maravilhosa, inaugural, numa sequência de experienciações insólitas.
3
- A realidade da Ek-sistência se encaminha e realiza na dissimulação do sonho, do embelezamento, dos ritos dos pequenos atos, da gratuidade do viver e da dignidade do ser simples. E então tudo isso se torna via dissimulada daquilo que em toda dissimulação se procura: a plena posse e integração em Eros, no Amor. Só o Amor con-suma o que no dissimular não se dissimula por não se poder dissimular mais, por simplesmente Ser.
2
- Então o dissimular é a dobra originária onde ser ou apropriar-se é deixar os prazos serem prazos do destino enquanto silêncio, vazio, não-ser do Nada. Por isso, no sendo quem se recusa, esgueira e dissimula não é o sendo nem a verdade do sendo, mas a não-verdade e o Nada do sendo.
