Destino
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | :CASTRO, Manuel Antonio de. “Ser e estar”. In: ‘’Arte: o humano e o destino’’. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 30 |
Edição de 19h06min de 27 de fevereiro de 2012
1
- O que é Destino? É desvelar enquanto presença o que nos foi presenteado. Cada presença-destino, enquanto questão, é um desvelamento do que não cessa de se velar no destinar-se do Ser, do Nada. Toda presença participa do desvelamento na medida em que este é Destino do Ser. Por isso, toda presença, enquanto desvelamento, vigora no diálogo e enquanto diálogo. A presença-destino é o Ser se Essencializando enquanto Linguagem e Verdade. Isso é poiesis enquanto sentido ético, ou seja, o sentido do Ser.
2
- "Pensa-se que destino é o que a razão, fonte do livre agir do ser humano, não podia determinar nem controlar. Pela visão racionalista , o destino se opõe à liberdade humana. No existir o ser humano deve-se dar livremente a sua essência, o seu genos enquanto o seu quinhão. Nessa visão, a existência precede e determina a essência. O existir enquanto o como é deve determinar livremente o que é. O homem não tem um destino, dá-se um destino. Esta foi a utopia moderna, esquecida dos ensinamentos de mito de Édipo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 26.
3
- "O grande paradoxo em Édipo é que quanto mais foge mais cumpre o destino. Então o destino, ligado ao genos, à família, lhe traz o aprendizado de uma aprendizagem. Uma aprendizagem que o liberta para o que é pelo que não é nem pode por ele mesmo chegar a ser" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: CASTRO, Manuel Antônio de (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 27.
4
- "Cair, por si só, nos conduz ao mistério do obscuro. Porém, quando esta queda encurva, até mesmo a certeza do cair é desfeita. Logo, viver o que se pensa que se vive é uma incursão à ilusão protetora da realidade mediada por saberes, aquela na qual teimamos em permanecer velados do tempo sem medida, do destino imprevisível – uma vez que destino é o que está sendo na singularidade de cada momento" (1).
- Referência:
- (1) PESSANHA, Fábio Santana. "Homem: corpo insólito". In: GARCÍA, Flavio; PINTO, Marcello de Oliveira; MICHELLI, Regina (orgs.). O insólito e seu duplo – Anais do VI Painel Reflexões sobre o Insólito na narrativa ficcional/ I Encontro Regional Insólito como Questão na Narrativa Ficcional. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2010, p. 140.
- Ver também:
5
- Sentido é a tarefa que nos cabe realizar como o motivo do existir, do que desde sempre já somos. É nosso destino. Este é o deixar manifestar-se, eclodir, o sentido do que já somos. Nenhuma doutrina, nenhum modelo, nenhum sistema o pode dar. E não o pode dar porque o destino é nosso dote, nossa moira, é nossas possibilidades, é nossa essência humana. Destino enquanto sentido é o humano de todo ser humano.
6 =
- Destino são nossas possibilidades contínuas que nenhuma ação, nenhuma escolha, nenhuma realização chega a cumprir e dissolver, a eliminar. Toda realização é retomar no realizado o não-realizado. Eis a ventura e aventura de existir, sempre nova, sempre inaugural, sempre desafiante.
- Referência:
- CASTRO, Manuel Antonio de. “Ser e estar”. In: ‘’Arte: o humano e o destino’’. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 30