Horizonte

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Pelo horizonte tem-se "a elaboração de uma [[estrutura]] e a [[abertura]] de uma coalescência de inesgotável [[indeterminação]]" (1).  
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:"... com relação à filsofia platônica, deve-se assinalar, antes de mais nada, que Platão pensou não bem o "mundo das ideias", mas a [[diferença]], a separação, o [[horismós]], o horizonte de constituição das [[coisas]]. Platão se curvou para os sortilégios do além, sacrificando as coisas do aqui.  A [[essência]] da árvore, essência da pedra, a essência do homem, a essência do animal, a essência do divino, não constituem uma "coisa", uma espécie de [[ideal]], mas o horizonte a partir do qual a árvore, a pedra, o homem, o animal, um deus aparecerem em seu [[ser]]" (1).
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:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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:Referência:
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:(1) SOUZA, Ronaldes de Melo e. "Introdução à poética da ironia". In: ''Linha de pesquisa - Revista de Letras da UVA'', Ano I, No. 1, out. de 2000, pp. 33-34.
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:(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. As cordas serenas de Ulisses. In: ''Ensaios de filosofia - Homenagem a Emmanuel Carenerio Leão''. Márcia S.C. Schuback (org.). Petrópolis: Vozes, 1999, p. 171.
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Edição de 20h53min de 3 de Novembro de 2012

1

Todo enigma e imprecisão do limite se expressa bem no termo horizonte, do grego horidzo, que significa limitar. E esse enigma vê-se bem numa pergunta: Como caminhar até a linha do horizonte? Pois quanto mais nele caminhamos e o pro-curamos mais o horizonte se abre em novas possibilidades. Essa é a utopia cotidiana do viver o que podemos ser, o que nos é próprio. A esta abertura de possibilidades para o realizar-se do ser humano cotidiano e utópico é o que se chama transcendência, abertura de mundo, lógos.


- Manuel Antônio de Castro

2

"... com relação à filsofia platônica, deve-se assinalar, antes de mais nada, que Platão pensou não bem o "mundo das ideias", mas a diferença, a separação, o horismós, o horizonte de constituição das coisas. Platão se curvou para os sortilégios do além, sacrificando as coisas do aqui. A essência da árvore, essência da pedra, a essência do homem, a essência do animal, a essência do divino, não constituem uma "coisa", uma espécie de ideal, mas o horizonte a partir do qual a árvore, a pedra, o homem, o animal, um deus aparecerem em seu ser" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. As cordas serenas de Ulisses. In: Ensaios de filosofia - Homenagem a Emmanuel Carenerio Leão. Márcia S.C. Schuback (org.). Petrópolis: Vozes, 1999, p. 171.

3

Horizonte foi um termo lançado por Husserl, mas que ainda é, em sua obra, um conceito empírico-fenomenológico. Heidegger o re-elaborou dando-lhe uma dimensão transcendental a priori. Está relacionado à pergunta e ao saber e ao não-saber-ciente.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
HUMMES, Cláudio. Metafísica. Mimeo, 1963, p. 46. Acessível em: Travessia Poética.

4

Quando se considera a questão do horizonte em toda a sua amplitude aparece uma das características de Hermes, o deus das encruzilhadas. Ora, essas encruzilhadas são tanto as do horizonte (vertical e horizontal) como as de limite e não-limite, verdade e não-verdade, ser e não-ser. Por isso, o ser humano é ser-entre (Dasein) e seu percurso se dá no discurso da tra-vessia. Ele é um ser-em-travessia como entre-ser, na liminaridade do horizonte.


- Manuel Antônio de Castro


5

"Em tudo, que aí vemos, nós nos percebemos numa dada posição. É que horizonte, panorama e perspectiva se coordenam e referem à posição que ocupamos [...]. A solidez e estabilidade de uma posição não dependem nem da perspectiva nem do horizonte nem do panorama. Dependem da abertura que, possibilitando perspectivas, dá acesso à visibilidade de horizonte e panorama. Por isso só nos é acessível o que se nos pro-sta aberto pela abertura. Só temos acesso àquilo para o que estamos abertos [...]. A abertura não nos abre apenas o acessível. Também o acesso ao inacessível, como tal, nos é facultado pela abertura que se exerce na própria diferenciação de aberto e fechado, acessível e inacessível" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar. Petrópolis: Vozes, 1977, pp. 184-5.
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