Cura
De Dicionário de Poética e Pensamento
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 229. |
Edição de 02h38min de 11 de março de 2016
1
- Para tratar da realidade, é importante tomar como referência o corpo, porque nele está contida toda a realidade. Por isso, Cura figura o homem. Nesse sentido, enquanto o corpo/homem é um figurar de Cura, o corpo, como tal, e a realidade são uma metafóra do que é isto - o humano do homem. A metáfora corpo/real remete também para o entre enquanto figurar de Cura. Daà que o vai caracterizar - enquanto entre de cura como metáfora/corpo, o paradoxo/pensamento - a palavra, o verbo, a ironia/linguagem. Cura se torna assim o princÃpio da sintaxe das três questões fundamentais que nos constituem: corpo, terra e mundo: manifestadas na poÃesis, isto é, no vigor poético. Aqui nos referimos a Cura a partir do mito de "Cura", de Higino.
2
- A essência da cura é deixar-se assaltar, possuir pela questão. Não somos nós que temos questões. São as questões que nos têm. Quando isto acontece então nos movemos nos elementos da Cura, ou seja, o homem é de-finido por ela na medida que deixa eclodir nele as questões. Estar aberto ao apelo da cura é a questão maior. Como esta abertura gera um limiar e se dá numa tensão, nós nos movemos na cura na medida e na proporção em que estamos já sempre e desde sempre na pro-cura, onde não somos nós que pro-curamos, mas na qual nos apropriamos do que nos é próprio: o que nos é próprio é o que somos. Ser para o homem significa tornar-se homem na e pela pro-cura. Por isso, é necessário distinguir querer e desejar. O desejar é do homem. O querer é da cura.
3
- "A Cura é um cuidar, desejar, amar o que se quer pelo vigorar da questão. O que radicalmente queremos e amamos é o que é. O que é, antes de tudo, é o ser. Esse é o sentido poético-ontológico de Cura, ou seja, cuidar, guardar e chocar, amar para que surja a figura" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 229.