Contemporaneidade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Vivemos na idade de ouro da mentira, no esplendor da falsidade, num tempo em que os demagogos explícitos, mesmo os mais rudimentares , ou sobretudo esses, são idolatrados e celebrados como profetas e salvadores. Fabricar, promover e disseminar notícias falsas virou uma profissão muito bem paga. Num tempo assim a intuição é mais importante do que nunca. Deveria ser uma disciplina escolar - ou melhor, uma indisciplina" (1).
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: "Vivemos na [[idade]] de ouro da [[mentira]], no esplendor da [[falsidade]], num [[tempo]] em que os [[demagogos]] explícitos, mesmo os mais rudimentares , ou sobretudo esses, são [[idolatrados]] e [[celebrados]] como [[profetas]] e [[salvadores]]. [[Fabricar]], promover e [[disseminar]] [[notícias] [[falsas]] virou uma [[profissão]] muito bem paga. Num [[tempo]] assim a [[intuição]] é mais [[importante]] do que nunca. Deveria [[ser]] uma [[disciplina]] escolar - ou [[melhor]], uma [[indisciplina]]" (1).
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: (1) AGUALUSA, José Eduardo. [[Crônica]]: EXERCÍCIOS DE INTUIÇÃO. In Segundo Caderno de '''O Globo''', Sábado 27.7.2024, p. 6.

Edição de 19h56min de 29 de Julho de 2024

1

"Cada invenção tenta desesperadamente ser a alternativa. No entanto, em geral, para ser uma alternativa, sempre se observa uma carência do alter-, e uma sobra, mesmo que nem sempre considerada, do -nativa. Na tentativa do estabelecimento do novo, que toda a contemporaneidade, a seu modo, almeja, o empecilho é sempre a dificuldade na admissão do outro. A alternativa é sempre postulada desde uma atualização do próprio, desde uma atualitas, desde um tornar ato, desde um aperfeiçoamento dos modos de antemão previstos, racionalizados, calculados e prescritos. Assim, o novo raramente consegue realizar-se como o efetivamente novo. Realiza-se muito mais na dimensão abstrata que todo novo traz consigo, isto é, a novidade. O novo acaba se opondo, de modo falaz, ao velho, e este é relegado à memória ou, o que acaba sendo o mesmo, à história, ambas entificadas e assim entendidas como mero depósito, no qual se pode entrar e consultar quando necessário. O clamor pela novidade é equivalente ao seu descarte. A novidade tem uma vigência tão veloz quanto a necessidade de sua superação por outra" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 28-9.


Ver também:


2

"O entendimento do que foi e do que será se realiza, de qualquer modo, nas possibilidades e vicissitudes de uma contemporaneidade. Os critérios que determinam o movimento como a evolução de um ontem para um amanhã, eles também só podem ser formulados desde um hoje, e jamais desde um ontem ou desde um amanhã. A evolução é uma modalidade de avaliação prescritiva cunhada sempre desde a contemporaneidade. Na verdade, o problema, bem como a vigência das questões, são sempre contemporâneos. Seja por inércia, seja por vigor, o que persiste e insiste constitui conosco as nossas possibilidades e impossibilidades" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 35.


3

"A história é precisamente a contemporaneidade vigendo como e com os acontecimentos memoráveis. Nesse sentido ela não se distingue de qualquer outra época histórica, na medida em que, em qualquer época, a pretensão do ser humano é constituir e constituir-se como memorável" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 106.

4

"Vivemos na idade de ouro da mentira, no esplendor da falsidade, num tempo em que os demagogos explícitos, mesmo os mais rudimentares , ou sobretudo esses, são idolatrados e celebrados como profetas e salvadores. Fabricar, promover e disseminar [[notícias] falsas virou uma profissão muito bem paga. Num tempo assim a intuição é mais importante do que nunca. Deveria ser uma disciplina escolar - ou melhor, uma indisciplina" (1).


Referência:
(1) AGUALUSA, José Eduardo. Crônica: EXERCÍCIOS DE INTUIÇÃO. In Segundo Caderno de O Globo, Sábado 27.7.2024, p. 6.
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