Satisfazer
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : Trata-se, [[evidente]], do que podemos [[compreender]] por ''[[possuir]]''. O que recebemos e possuímos unicamente é o [[ser]] que somos e nos foi feita [[doação]]. A posse de todo o resto não passa de um | + | : Trata-se, [[evidente]], do que podemos [[compreender]] por ''[[possuir]]''. O que recebemos e possuímos unicamente é o [[ser]] que somos e nos foi feita [[doação]]. A posse de todo o resto não passa de um uso [[provisório]]. Mas o que somos são [[possibilidades]] de e para [[possibilidades]]. Toda [[realização]] de uma [[possibilidade]] implica o [[empenho]] por [[algo]]. Sem o alcance deste [[algo]] não é [[possível]] [[renunciar]] a ele. Como somos [[possibilidades]] de e para [[possibilidades]],[[é]] [[necessário]] que não nos prendamos às [[possibilidades]] realizadas, para podermos livremente nos lançar na [[realização]] de novas [[possibilidades]]. Daí a [[necessidade]] da [[renúncia]] para que nos empenhemos permanentemente naquilo que deve ser o [[empenho]] de todos os [[empenhos]]: o que somos e nos foi doado. Por isso, no [[filme]], o [[mestre]] de Tashi diz: |
: "O que é [[melhor]]: [[satisfazer]] mil [[desejos]] ou [[realizar]] apenas um?". | : "O que é [[melhor]]: [[satisfazer]] mil [[desejos]] ou [[realizar]] apenas um?". |
Edição atual tal como 20h29min de 30 de janeiro de 2025
1
- No filme Samsara, de Pan Nalin, o personagem Tashi diz:
- "Tem coisas que devemos desaprender para poder aprendê-las. E tem coisas que precisamos possuir para poder renunciar a elas".
- Trata-se, evidente, do que podemos compreender por possuir. O que recebemos e possuímos unicamente é o ser que somos e nos foi feita doação. A posse de todo o resto não passa de um uso provisório. Mas o que somos são possibilidades de e para possibilidades. Toda realização de uma possibilidade implica o empenho por algo. Sem o alcance deste algo não é possível renunciar a ele. Como somos possibilidades de e para possibilidades,é necessário que não nos prendamos às possibilidades realizadas, para podermos livremente nos lançar na realização de novas possibilidades. Daí a necessidade da renúncia para que nos empenhemos permanentemente naquilo que deve ser o empenho de todos os empenhos: o que somos e nos foi doado. Por isso, no filme, o mestre de Tashi diz:
- Este "um" só pode ser o "bem" de todos os "bens", aquele que nos deve guiar em todas as procuras. Simplesmente porque os bens estarão sempre no âmbito dos "entes". E a realização do que somos só nos pode advir do Ser/Bem. É este o Amor. Sem dúvida nenhuma, aí a palavra essencial é: satisfazer. "Satis", palavra latina que diz plenificar, ou seja, aquilo que nos faz plenos.