Alegoria

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Texto distribuído em sala de aula, num curso da pós, em 1971. Faculdade de Letras - UFRJ.
: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Texto distribuído em sala de aula, num curso da pós, em 1971. Faculdade de Letras - UFRJ.
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: "E como foi resolvida a incompatibilidade [[entre]] o que diziam as [[obras]] [[mítico]]-[[poéticas]] e as [[obras]] [[religiosas]]? Claro que estas deveriam determinar aquelas, numa [[sociedade]] dominada pela [[religião]]. Além do [[suporte]] [[filosófico]]-[[teológico]], a sua [[exegese]] se baseou em um recurso usado até hoje para classificar, [[comentar]], [[interpretar]] e [[analisar]] as [[obras de arte]]: Estas, é claro, também diziam a [[verdade]] (e nem poderia ser de outra maneira, dada a excelência e [[profundidade]] do seu [[conteúdo]]). As [[obras]] [[mítico]]-[[poéticas]] foram reduzidas a [[símbolos]] e [[alegorias]]. [[Tudo]] o que elas diziam era [[simbólico]] e [[alegórico]]. Isso para os [[gregos]] e para o [[Helenismo]] era [[algo]] totalmente desconhecido. Essas [[palavras]] não aparecem no [[diálogo]] ''[[Íon]]'' de [[Platão]].  As [[obras]] eram a própria [[manifestação]] da [[realidade]]. E essa era a sua [[verdade]]. Por isso, em [[grego]], [[verdade]] diz-se: ''[[a-letheia]]'', [[desvelamento]], [[des-encobrimento]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e Crítica". In: ---------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 126.

Edição de 22h25min de 30 de Outubro de 2020

1

"Alegorizar, (állo agoreúein: dizer o outro), significa mobilizar a dialética do dito e do não-dito para aludir ao mesmo que não cessa de ser outro" (1).


Referência:
(1) SOUZA, Ronaldes Melo e. "Introdução à poética da ironia". In: Revista Linha de Pesquisa, Revista de Letras da UVA. Rio de Janeiro, ano I, n.1, out. de 2000, p.47.
Ver também:
* Alétheia
* Ilha

2

"Signo é, pois, o não mostrar-se. Mas este não do signo não se identifica com o não da linguagem, isto é, com o parecer e a aparência. Pois o que não se mostra também nunca poderá aparecer e, por conseguinte, parecer. Signos são metáforas, alegorias, sintomas, índices, indicações, embora cada um o seja à sua maneira" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Texto distribuído em sala de aula, num curso da pós, em 1971. Faculdade de Letras - UFRJ.

3

"E como foi resolvida a incompatibilidade entre o que diziam as obras mítico-poéticas e as obras religiosas? Claro que estas deveriam determinar aquelas, numa sociedade dominada pela religião. Além do suporte filosófico-teológico, a sua exegese se baseou em um recurso usado até hoje para classificar, comentar, interpretar e analisar as obras de arte: Estas, é claro, também diziam a verdade (e nem poderia ser de outra maneira, dada a excelência e profundidade do seu conteúdo). As obras mítico-poéticas foram reduzidas a símbolos e alegorias. Tudo o que elas diziam era simbólico e alegórico. Isso para os gregos e para o Helenismo era algo totalmente desconhecido. Essas palavras não aparecem no diálogo Íon de Platão. As obras eram a própria manifestação da realidade. E essa era a sua verdade. Por isso, em grego, verdade diz-se: a-letheia, desvelamento, des-encobrimento" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e Crítica". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 126.
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