Pensamento

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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CASTRO, Manuel Antonio de. "Ser e estar". In: ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 19.
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: CASTRO, Manuel Antonio de. "Ser e estar". In: ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 19.

Edição de 20h07min de 2 de fevereiro de 2012

1

O pensamento não é, se por é entendemos um determinado ente em sua forma e conteúdo entitativo. "O pensamento con-suma a referência do Ser à Essência do homem" (1). Neste referenciar, o pensamento se torna linguagem do Ser. A linguagem não é; dá sentido ético-poético ao agir do homem. E, dando sentido, é. O pensamento então é o Ser se dando (tempo) enquanto linguagem no homem. Pensar é agir, é co-nsumar a referência do homem ao Ser. Na referência, o ser humano chega a ser o que é. E o que no ser humano é é o que lhe é próprio, o ser. Chegar a conquistar e realizar o que é próprio é o que se pode denominar: pensar.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 24.


2

"O pensamento con-suma a referência do Ser à Essência do homem. Não a produz nem a efetua. O pensamento apenas a restitui ao Ser como algo que lhe foi entregue pelo próprio Ser. O ser já se destinou sempre ao pensamento" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 24


3

Pensamento é a reflexão em que vigora a renúncia a qualquer pretensão de convencer. "No âmbito do pensamento Essencial, toda a refutação é uma nescidade" (1). O pensamento se entrega à renúncia para deixar a renúncia mesma falar. Quando a própria renúncia fala, temos a vigência do pensamento. "Em seu dizer, o pensamento eleva apenas à linguagem a palavra impronunciada do Ser" (2).


- Manuel Antônio de Castro


Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967, p. 59.
(2) Idem, p. 96.


4

"O entendimento da história nos convida para a verdade do Ser, lá onde o estático e o dinâmico, o absoluto e o relativo, o divino e o humano, dão lugar ao pensamento essencial. Daí inter-essarem sempre as palavras de Heidegger: 'Transformar em linguagem cada vez esse ad-vento permanente do Ser que, em sua permanência, espera pelo homem, é a única causa (Sache) do pensamento. É por isso que os pensadores Essenciais dizem sempre o mesmo (das Selbe), isso, no entanto, não significa que digam sempre coisas iguais (das Gleiche)" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Sobre o humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1967, p.98, apud CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético - a história literária. Rio de Janeiro: Antares, 1982, pp. 59-60.

5

"Se, para o conhecimento, o grande desafio está em conhecer o desconhecido, para o pensamento, o desafio é pensar o conhecido. Todo pensamento só pensa o já pensado no e pelo não pensado. Neste sentido, o já pensado é o que há de mais escondido e velado no e pelo conhecimento que gera. Se, para o conhecimento, esclarecer está em levar o obscuro para o claro, no pensamento se dá o contrário: esclarecer é levar o claro para o escuro, desmascarando o já sabido, ao revelar o não sabido. É nisto que reside toda a ironia socrática do não saber no saber" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 165. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p. 10.


6

"Todo pensamento só pensa o pensado no e pelo não pensado. Neste sentido, o já pensado é o que há de mais velado e retraído no e pelo conhecimento que gera" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o 'entre". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 164. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p. 13.


7

"[...] um pensamento não nos lega nem nos transmite apenas o dito das linhas; lega-nos e transmite-nos também o não-dito das entrelinhas. Heidegger no-lo diz em alto e bom som ao interpretar o Mito da Caverna de Platão: 'o legado de um pensador não está no dito, mas no não dito de seus dizeres'" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 165. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p. 7.


8

"...para Heidegger, a filosofia não é, primordialmente, uma construção de conhecimento, é uma experiência de pensamento, do mesmo nível ontológico da religiosidade, da mitologia, da poesia, da vida e da morte e de toda mentalidade, no sentido de todos os processos mentais e não mentais do homem" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 165. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p. 10.


9

"Mistério é a imensidão livre e desimpedida que se dá, como horizonte, e se reconhece fora das possibilidades de conhecer e fazer. É retirando-se que o mistério deixa ser e possibilita tudo que é, não é e vem a ser. Pois bem, é este horizonte de mistério, que sempre se retrai e, retraindo-se atrai e se dá, como mistério, que constitui a terceira margem do pensamento" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. A terceira margem do rio. In: Revista Terceira margem. Revista do Programa de Pós-graduação em Ciência da Literatura da UFRJ. Ano XIV, 22, jan.-jun, 2010, p. 43.


10

O pensar pensa no pensador que age enquanto pensa e é. O pensador, tomado pela essência da ação, deixa-se envolver pelas provocações da realidade, do ser,e toda vez que surge uma oportunidade para que,tomando uma posição,operem-se as possibilidades que ela oferece,sem se importar com os perigos,deicide agir.
Referência:
CASTRO, Manuel Antonio de. "Ser e estar". In: Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 19.
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