Acontecimento
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | :"o pensamento que se esforça em permanecer na facilidade das representações geralmente procura uma saída ainda mais distanciadora da dinâmica concreta do acontecimento de sentido: geralmente procura-se instaurar, de uma forma ou de outra, uma autonomia do signo, uma autonomia dos dispositivos, símbolos e analogias. Este recurso é buscado como se todo signo, símbolo, dispositivo e analogia não dependesse do acontecimento de sentido da realidade. Entretanto, no único instante criativo que as acomete – a saber, o momento em que surge, vale dizer, o momento em que se dão em correspondência a um determinado acontecimento da realidade em seu sentido e verdade – as coisas então erroneamente chamadas signos, dispositivos, símbolos e analogias não são outra coisa que o sentido do acontecimento da realidade se manifestando. São gestos de mundo que respondem a um aceno telúrico. | + | :"... o pensamento que se esforça em permanecer na facilidade das [[representações]] geralmente procura uma saída ainda mais distanciadora da dinâmica concreta do acontecimento de sentido: geralmente procura-se instaurar, de uma forma ou de outra, uma [[autonomia]] do [[signo]], uma autonomia dos dispositivos, símbolos e analogias. Este recurso é buscado como se todo signo, [[símbolo]], [[dispositivo]] e [[analogia]] não dependesse do acontecimento de sentido da [[realidade]]. Entretanto, no único [[instante]] criativo que as acomete – a saber, o momento em que surge, vale dizer, o momento em que se dão em correspondência a um determinado acontecimento da realidade em seu [[sentido]] e [[verdade]] – as [[coisas]] então erroneamente chamadas signos, dispositivos, símbolos e analogias não são outra coisa que o sentido do acontecimento da realidade se manifestando. São gestos de [[mundo]] que respondem a um aceno telúrico" (1). |
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+ | (1) BRAGA, Diego. A terceira margem do mito: hermenêutica da corporeidade. In: Revista ''Terceira margem''. Revista do Programa de Pós-graduação em Ciência da Literatura da UFRJ. Ano XIV, 22, jan.-jun, 2010, p. 60. |
Edição de 19h46min de 24 de março de 2011
1
- "Se o tempo é o desencadeador, isto é, o largo horizonte onde se dá o acontecer, quando se chega à enunciação do acontecimento, parece ser este que engravida a experiência da vivência temporal, como se o acontecimento fosse o locus de manifestação do tempo e sua real concretização. O ad-vento do tempo é acontecimento" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 36.
2
- "Acontecimento vem de acontecer. E acontecer, verbo incoativo (ação progressiva) de contingere, já traz no seu âmago a noção de estar, ter contato ou relação com. Esta relação se efetiva na percepção" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 36.
3
- "A história tem que se repensar originariamente em seu núcleo de manifestação: o acontecimento, porque o acontecimento é o fato feito ato" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 45.
4
- Nunca me esquecerei desse acontecimento
- ...........................................................................
- Nunca me esquecerei que no meio do caminho
- tinha uma pedra
- ........................................................................... (1)
- "O acontecimento nos remete para uma experiência fundamental. O poeta, morador e vigia que é do Ser, canta em seu poema uma experiência. Ela foi, é e será. A celebração poética insiste na memória do acontecimento. Esse acontecimento consiste na experiência de 'que tinha uma pedra no meio do caminho'. Por isso é um acontecimento. Nele e por ele se faz a experiência histórica do Ser" (2).
- Referências:
- (1) ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. 4ª e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, p. 12.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 58.
5
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 58.
6
- "... o pensamento que se esforça em permanecer na facilidade das representações geralmente procura uma saída ainda mais distanciadora da dinâmica concreta do acontecimento de sentido: geralmente procura-se instaurar, de uma forma ou de outra, uma autonomia do signo, uma autonomia dos dispositivos, símbolos e analogias. Este recurso é buscado como se todo signo, símbolo, dispositivo e analogia não dependesse do acontecimento de sentido da realidade. Entretanto, no único instante criativo que as acomete – a saber, o momento em que surge, vale dizer, o momento em que se dão em correspondência a um determinado acontecimento da realidade em seu sentido e verdade – as coisas então erroneamente chamadas signos, dispositivos, símbolos e analogias não são outra coisa que o sentido do acontecimento da realidade se manifestando. São gestos de mundo que respondem a um aceno telúrico" (1).
- Referência:
- Referência:
(1) BRAGA, Diego. A terceira margem do mito: hermenêutica da corporeidade. In: Revista Terceira margem. Revista do Programa de Pós-graduação em Ciência da Literatura da UFRJ. Ano XIV, 22, jan.-jun, 2010, p. 60.