História
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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Edição de 22h58min de 27 de Dezembro de 2008
História e memória
- A tensão entre Memória e História é a mesma que entre phýsis e lógos. A história enquanto acontecer é a manifestação da Memória enquanto o que é, o que foi e o que será. A Memória é o génos que se manifesta como História. A História é o acontecer da Memória. Por isso, a História é a realização da Memória enquanto manifestação do Tempo. Não podemos falar em História sem Tempo, mas por sua vez a Memória é o Tempo em seu vigorar. Por sua vez, Memória e História são a manifestação da phýsis enquanto Linguagem. Tradição, historiografia e lingua/discurso são como ritos do que é Memória, História, Linguagem e Tempo, mas sem o vigor do mito.
História e arte
- O homem moderno, ao descobrir a historicidade/historicização do homem, compreendeu-o no horizonte constituído pela história. E escreveram-se as diferentes histórias. Mas a partir da radicalização do pensamento heideggeriano sobre ser e tempo, sobre história como acontecer poético e sobre a historicidade do homem, não é mais possível continuar a estudar a arte através das histórias tradicionais. Com os impasses da pós-modernidade sobre tempo/história e o questionamento ainda não feito de como a própria ciência pode constituir-se como história, devemos pensar as obras de arte como acontecer poético. Por outro lado, há as épocas em que o ser se destina. Como relacionar estas épocas-destinadas e o acontecer poético de toda historicidade, de toda obra de arte? Na medida em que se responde e corresponde a esta questão é que se pode "pensar" uma "história" da arte. Por outro lado, a história da arte tradicional não se serve meramente da cronologia, mas está fundada na sucessão de formas e matérias. Heidegger questiona esta concepção da coisa, usada para ser pensado o untensílio, no ensaio A origem da obra de arte. Desse questionamento se abre a possibilidade de repensar não só a história da arte mas também as próprias obras enquanto históricas. Isto fica mais claro a partir da constatação de que a pós-modernidade, ao centralizar-se no presente, ao acelerar o tempo ou retardá-lo, comprimindo-o, leva o homem para o campo das vivências, abolindo as experiências. Isto se reflete na memória e na linguagem (de comunicação). E é nesse eixo que se pode pensar, sim ou não, a interpretação das obras como vigília desvelante, respondendo e correspondendo ao tempo, à memória e à linguagem.