Modernidade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:“Na funcionalidade do ser e na operatividade da verdade se concentra toda a modernidade”.   
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:"Na [[funcionalidade]] do [[ser] e na operatividade da [[verdade]] se concentra toda a modernidade" (1).   
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:LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Aprendendo a pensar II''. Petrópolis. Vozes, 1992, p. 161/162.
 
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:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Aprendendo a pensar II''. Petrópolis: Vozes, 1992, pp. 161-162.
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:Na ciência está a verdade do saber,
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:Na técnica está a verdade do fazer.
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:É claro que aqui falta a arte, que é cooptada pelo saber e pelo fazer, agenciados pelos gêneros e pelos estilos de época, pelo saber das ideologias e pelo fazer retórico-sofístico das formas. A verdade sem atributos, que é a da arte, concentra-se nas grandes obras de arte. Contudo quem a experiencia no silêncio da sua existência e na opressão das três verdades atributivas? Para aprofundar a questão conferir aabaixo.
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:A modernidade como etapa da [[metafísica]] humanista está fundada em três verdades:
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:É claro que aqui falta a arte, que é cooptada pelo saber e pelo [[fazer]], agenciados pelos gêneros e pelos estilos de época, pelo saber das ideologias e pelo fazer retórico-[[sofistas|sofístico]] das formas. A verdade sem [[atributo|atributos]], que é a da arte, concentra-se nas grandes obras de arte. Contudo quem a experiencia no silêncio da sua existência e na opressão das três verdades atributivas? Para aprofundar a questão conferir o ensaio "O pensamento a serviço do silêncio" (1).
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:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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:LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O pensamento a serviço do silêncio". In: SCHUBACK, Marcia S. C. (org.). ''Ensaios de filosofia''. Petrópolis: Vozes, 1999.
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:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O pensamento a serviço do silêncio". In: SCHUBACK, Marcia S. C. (org.). ''Ensaios de filosofia''. Petrópolis: Vozes, 1999.
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:“Segundo Habermas, a modernidade se caracteriza por ter criado uma disjunção, um hiato, entre o mundo vivido e o sistema (''Entkopplung'').  
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:"Segundo Habermas, a modernidade se caracteriza por ter criado uma [[disjunção]], um hiato, entre o [[mundo]] vivido e o [[sistema]] (''Entkopplung'')" (1).
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:(1) FREITAG, Bárbara. ''A teoria [[crítica]]: ontem e hoje''. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 62.
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:FREITAG, Bárbara. ''A teoria crítica: ontem e hoje''. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 62.
 
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:"Para a constituição deste real, sob a égide da chamada Idade Moderna, Martin Heidegger nos aponta cinco características fundamentais, a saber: em primeiro lugar, a ciência; em segundo lugar, esta, de algum modo, convertida em técnica mecanizada; em terceiro lugar, o processo que introduz a arte no horizonte da estética; em quarto, o fato de que o obrar humano se interpreta e realiza como cultura; e, por último, em quinto lugar, a desdivinização, a dessacralização ou a perda dos deuses" (1).
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:"Para a constituição deste real, sob a égide da chamada Idade Moderna, Martin Heidegger nos aponta cinco características fundamentais, a saber: em primeiro [[lugar]], a ciência; em segundo lugar, esta, de algum modo, convertida em técnica mecanizada; em terceiro lugar, o processo que introduz a arte no [[horizonte]] da estética; em quarto, o fato de que o obrar humano se interpreta e realiza como cultura; e, por último, em quinto lugar, a desdivinização, a [[dessacralização]] ou a perda dos deuses" (1).
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:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 23.
:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 23.
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:"Toda a dinâmica da modernidade, movida como é pelo impulso de dominação da natureza, pela compulsão de destruir o mistério, de desfazer todas as zonas de paradoxo, se propõe como um ato de liberdade. A humanidade do homem é pensada na razão direta de sua capacidade de afirmar seu poderio sobre tudo que existe" (1).
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:"Toda a dinâmica da modernidade, movida como é pelo impulso de dominação da [[natureza]], pela compulsão de destruir o [[mistério]], de desfazer todas as zonas de [[paradoxo]], se propõe como um ato de liberdade. A humanidade do homem é pensada na razão direta de sua capacidade de afirmar seu poderio sobre tudo que existe" (1).
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:Referência
 
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:(1) UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', Rio de Janeiro, 164: 179/188, jan.-mar., 2006, p.181.
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:(1) UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', nº 164. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p.181.
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"A voz oracular do deus que não diz nem dissimula, mas assinala o retraimento, se opõe o barulho ensurdecedor da Verdade, da programação, da definição definitiva, a voz da instituição que tudo fala e tudo esconde; que não emite sinais e sim ordens, que não indica mas codifica" (1).
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"A [[voz]] oracular do deus que não diz nem [[dissimular|dissimula]], mas assinala o [[retração|retraimento]], se opõe o barulho ensurdecedor da Verdade, da programação, da definição definitiva, a voz da instituição que tudo fala e tudo esconde; que não emite sinais e sim ordens, que não indica mas codifica" (1).
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:(1) UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', Rio de Janeiro, 164: 179/188, jan.-mar., 2006, p.182.
 
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==Ver Também==
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:(1) UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: ''Revista Tempo Brasileiro'', nº 164. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p.182.
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*[[Funcionalidade]]
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*[[Sistema]]
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*[[Verdade do Fazer]]
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Edição de 21h18min de 22 de março de 2009

1

"Na funcionalidade do [[ser] e na operatividade da verdade se concentra toda a modernidade" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, pp. 161-162.


2

A modernidade como etapa da metafísica humanista está fundada em três verdades:
No cristianismo está a verdade do crer;
Na ciência está a verdade do saber;
Na técnica está a verdade do fazer.
É claro que aqui falta a arte, que é cooptada pelo saber e pelo fazer, agenciados pelos gêneros e pelos estilos de época, pelo saber das ideologias e pelo fazer retórico-sofístico das formas. A verdade sem atributos, que é a da arte, concentra-se nas grandes obras de arte. Contudo quem a experiencia no silêncio da sua existência e na opressão das três verdades atributivas? Para aprofundar a questão conferir o ensaio "O pensamento a serviço do silêncio" (1).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O pensamento a serviço do silêncio". In: SCHUBACK, Marcia S. C. (org.). Ensaios de filosofia. Petrópolis: Vozes, 1999.


3

"Segundo Habermas, a modernidade se caracteriza por ter criado uma disjunção, um hiato, entre o mundo vivido e o sistema (Entkopplung)" (1).


Referência:
(1) FREITAG, Bárbara. A teoria crítica: ontem e hoje. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 62.


4

"Para a constituição deste real, sob a égide da chamada Idade Moderna, Martin Heidegger nos aponta cinco características fundamentais, a saber: em primeiro lugar, a ciência; em segundo lugar, esta, de algum modo, convertida em técnica mecanizada; em terceiro lugar, o processo que introduz a arte no horizonte da estética; em quarto, o fato de que o obrar humano se interpreta e realiza como cultura; e, por último, em quinto lugar, a desdivinização, a dessacralização ou a perda dos deuses" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 23.


5

"Toda a dinâmica da modernidade, movida como é pelo impulso de dominação da natureza, pela compulsão de destruir o mistério, de desfazer todas as zonas de paradoxo, se propõe como um ato de liberdade. A humanidade do homem é pensada na razão direta de sua capacidade de afirmar seu poderio sobre tudo que existe" (1).


Referência:
(1) UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 164. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p.181.


6

"A voz oracular do deus que não diz nem dissimula, mas assinala o retraimento, se opõe o barulho ensurdecedor da Verdade, da programação, da definição definitiva, a voz da instituição que tudo fala e tudo esconde; que não emite sinais e sim ordens, que não indica mas codifica" (1).


Referência:
(1) UNGER, Nancy Mangabeira. "Heidegger e a espera do inesperado". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 164. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p.182.
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