Vidente

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "O [[vidente]] é aquele que já tem visto a totalidade das [[coisas]] que se apresenta na [[presença]]: em latim ''vidit''; em alemão ''er steht in Wissen'' (ele está a par). Ter visto é a [[ausência]] do [[saber]]. No ter visto já há sempre outra [[coisa]] em jogo que a simples [[realização]] de um processo ótico. No ter visto a [[relação]] com aquilo que se apresenta já retrocedeu para trás de toda a espécie de [[percepção]] sensível e não-sensível. A partir daí, o ter visto está relacionado com a [[presença]] que se clarifica.
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: O ver não se determina a partir do olho, mas a partir da [[clareira]] do [[ser]]. A in-sistência nela constitui a articulação de todos os [[sentidos]] [[humanos]]. A [[essência]] do [[ver]] enquanto ter visto é o [[saber]]. Este contém a [[visão]]. Ele permanece na lembrança da [[presença]]. O [[saber]] é a lembrança do [[ser]]. É por isso que ''Mnemosýne'' é a mãe das [[musas]]. [[Saber]] não é a [[ciência]] no sentido [[moderno]]. [[Saber]] é salvaguarda pensante da guarda do [[ser]]" (1).
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: O [[ver]] não se determina a partir do [[olho]], mas a partir da [[clareira]] do [[ser]]. A in-sistência nela constitui a articulação de todos os [[sentidos]] [[humanos]]. A [[essência]] do [[ver]] enquanto ter visto é o [[saber]]. Este contém a [[visão]]. Ele permanece na lembrança da [[presença]]. O [[saber]] é a lembrança do [[ser]]. É por isso que ''Mnemosýne'' é a mãe das [[musas]]. [[Saber]] não é a [[ciência]] no sentido [[moderno]]. [[Saber]] é salvaguarda pensante da guarda do [[ser]]" (1).

Edição de 14h38min de 20 de Novembro de 2018

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"O vidente é aquele que já tem visto a totalidade das coisas que se apresenta na presença: em latim vidit; em alemão er steht in Wissen (ele está a par). Ter visto é a ausência do saber. No ter visto já há sempre outra coisa em jogo que a simples realização de um processo ótico. No ter visto a relação com aquilo que se apresenta já retrocedeu para trás de toda a espécie de percepção sensível e não-sensível. A partir daí, o ter visto está relacionado com a presença que se clarifica.
O ver não se determina a partir do olho, mas a partir da clareira do ser. A in-sistência nela constitui a articulação de todos os sentidos humanos. A essência do ver enquanto ter visto é o saber. Este contém a visão. Ele permanece na lembrança da presença. O saber é a lembrança do ser. É por isso que Mnemosýne é a mãe das musas. Saber não é a ciência no sentido moderno. Saber é salvaguarda pensante da guarda do ser" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A sentença de Anaximandro". In: Os pré-socráticos. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 34.
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