Verdade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 05h31min de 3 de Abril de 2009 por Bianka (Discussão | contribs)

1

A tese central de Heidegger em A origem da obra de arte (1) é a de que arte é verdade e a obra é a verdade operando. Mas então o que Heidegger entende por verdade é o real eclodindo, desvelando-se na disputa com o velar-se. Por isso, à verdade corresponderá a não-verdade. Então verdade enquanto desvelamento é o real se dando como presença, enquanto florescência, é presença. E presença é sempre corpo denso e inteiro, tendendo à plenitude, à esfericidade. E isso é o ser humano.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. A Origem da obra de arte. Lisboa: Edições 70, 1992.


Ver também:


2

O verdadeiro diz sempre respeito ao sendo em seus atributos. A verdade diz originariamente respeito ao Ser do sendo, pela e na qual o sendo chega a Ser o que é: sendo do Ser.


3

Todas as verdades enunciadas e anunciadas foram e são errâncias originárias.


-Manuel Antônio de Castro


4

"A verdade é, portanto, uma dimensão, isto é, a possibilidade do real como dinâmica se estabelecer e, em se fazendo presença, desencadear as possibilidades de medida, não como conversão a uma convenção pré-estabelecida, mas a instauração da possibilidade do real fazer-se medida de si mesmo" (1).


Referência:
JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 78.


5

"A exigência do verossímil é que, no seu domínio, a correspondência esteja correta, certa. Para o que é verossímil basta a certeza. No domínio da verdade, a certeza não é suficiente. O verdadeiro não é o correto, o certo. A verdade necessita do movimento e da memória para que se estabeleça como dimensão, unidade e desencadeador de realidade. Verdade é des-velar o que se vela. É desocultar o que necessariamente se oculta. A dinâmica da verdade não pretende depurar a realidade de seus processos de ocultação. A verdade vive do oculto, pois é este, e somente este que necessariamente tende a se mostrar, a se des-ocultar" (1).


Referência:
JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 86.