Universal

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 13h44min de 12 de Agosto de 2016 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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O atual é sempre concreto, porque vigora no originário, no poético. As novas obras poéticas não são repetição das anteriores, mas também não são evolução. As questões não evoluem, não progridem. Contudo, a cada obra poética nova elas são experienciadas inaugural e originariamente. A vida é sempre experienciação originária, porque é poética. É o universal concreto e, portanto, poético. O universal por ser originário é sempre atual.


- Manuel Antônio de Castro


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O que é o universal? É ação permanente e poética de levar a duração ao efêmero, um efêmero que não se funda, mas é fundado na medida em que é regido pela unidade das versões, estas efêmeras enquanto versões, se forem consideradas sem a unidade. Por outro lado, como a unidade é dinâmica e sempre vigorando no originário, sua presença se faz enquanto permanentes versões. Mas isto não depende do autor. Depende da Poética, na medida em que esta é o criar da realidade enquanto se doa e manifesta em realizações, de onde nos advém o real. Como nisto acontece a presença do agir humano? Com a escuta do apelo do poético, pois este é a forma derrotando a cronologia. é a realização para além dos limites das formas da obra. É o que os gregos denominaram morphe, isto é, a força instauradora da realidade ultrapassando incessantemente os limites.


- Manuel Antônio de Castro


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Universal diz: a unidade das versões. 'Uni- diz o uno, a unidade'; '-versal' provém do verbo latino: verto, versum, vertere, verter, realizar, concretizar, transformar. Por unidade podemos compreender a identidade, (o uno), das diferenças. Por isso todo [[concreto] é sempre a tensão de identidade e diferenças. Quando racionalmente se considera apenas a unidade sem a presença concreta das diferenças temos a abstração. Neste conhecimento, o universal será o universal abstrato, ou seja, conceitual, que vale para muitos indiferenciadamente. Esse é o universal da ciência, ao contrário do universal da arte, que em cada obra é sempre concreto. Disso resulta que a arte diz sempre o mesmo, o que não quer dizer que diga coisas iguais.


- Manuel Antônio de Castro

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