Universal

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:O que é o universal? É ação permanente e poética de levar a [[duração]] ao [[efêmero]], um efêmero que não se funda, mas é fundado na medida em que é regido pela [[unidade]] das [[versões]], estas efêmeras enquanto versões, se forem consideradas sem a unidade. Por outro lado, como a unidade é dinâmica e sempre vigorando no [[originário]], sua [[presença]] se faz enquanto permanentes versões. Mas isto não depende do [[autor]]. Depende da [[Poética]], na medida em que esta é o criar da [[realidade]] enquanto se doa e manifesta em [[realizações]], de onde nos advém o [[real]]. Como nisto acontece a presença do agir [[humano]]? Com a [[escuta]] do apelo do [[poético]], pois este é a [[forma]] derrotando a [[cronologia]]. é a realização para além dos [[limites]] das [[formas]] da [[obra]]. É o que os gregos denominaram ''[[morphe]]'', isto é, a força instauradora da realidade ultrapassando incessantemente os limites.
: - [[Manuel Antônio de Castro]]
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: Universal diz: a [[unidade]] das [[versões]]. 'Uni- diz o [[uno]], a unidade'; '-versal' provém do verbo latino: ''verto, versum, vertere'', verter, realizar, concretizar, transformar. Por [[unidade]] podemos compreender a [[identidade]], (o [[uno]]), das [[diferenças]]. Por isso todo [[concreto] é sempre a tensão de [[identidade]] e [[diferenças]]. Quando racionalmente se considera apenas a unidade sem a [[presença]] concreta das [[diferenças]] temos a [[abstração]]. Neste conhecimento, o universal será o universal abstrato, ou seja, conceitual, que vale para muitos indiferenciadamente. Esse é o universal da ciência, ao contrário do universal da [[arte]], que em cada [[obra]] é sempre concreto. Disso resulta que a [[arte]] diz sempre o ''[[mesmo]]'', o que não quer dizer que diga [[coisas]] iguais.
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- [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 13h44min de 12 de Agosto de 2016

1

O atual é sempre concreto, porque vigora no originário, no poético. As novas obras poéticas não são repetição das anteriores, mas também não são evolução. As questões não evoluem, não progridem. Contudo, a cada obra poética nova elas são experienciadas inaugural e originariamente. A vida é sempre experienciação originária, porque é poética. É o universal concreto e, portanto, poético. O universal por ser originário é sempre atual.


- Manuel Antônio de Castro


2

O que é o universal? É ação permanente e poética de levar a duração ao efêmero, um efêmero que não se funda, mas é fundado na medida em que é regido pela unidade das versões, estas efêmeras enquanto versões, se forem consideradas sem a unidade. Por outro lado, como a unidade é dinâmica e sempre vigorando no originário, sua presença se faz enquanto permanentes versões. Mas isto não depende do autor. Depende da Poética, na medida em que esta é o criar da realidade enquanto se doa e manifesta em realizações, de onde nos advém o real. Como nisto acontece a presença do agir humano? Com a escuta do apelo do poético, pois este é a forma derrotando a cronologia. é a realização para além dos limites das formas da obra. É o que os gregos denominaram morphe, isto é, a força instauradora da realidade ultrapassando incessantemente os limites.


- Manuel Antônio de Castro


3

Universal diz: a unidade das versões. 'Uni- diz o uno, a unidade'; '-versal' provém do verbo latino: verto, versum, vertere, verter, realizar, concretizar, transformar. Por unidade podemos compreender a identidade, (o uno), das diferenças. Por isso todo [[concreto] é sempre a tensão de identidade e diferenças. Quando racionalmente se considera apenas a unidade sem a presença concreta das diferenças temos a abstração. Neste conhecimento, o universal será o universal abstrato, ou seja, conceitual, que vale para muitos indiferenciadamente. Esse é o universal da ciência, ao contrário do universal da arte, que em cada obra é sempre concreto. Disso resulta que a arte diz sempre o mesmo, o que não quer dizer que diga coisas iguais.


- Manuel Antônio de Castro

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