Tradução

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Dizemos, então, ser o "traduzir" a transposição de uma [[língua]] para outra, da língua estrangeira para a língua materna ou também o contrário. Entretanto, temos dificuldade de entender que, constantemente, já estamos traduzindo nossa própria língua, a língua materna, para sua [[palavra]] [[própria]], genuína. Falar e dizer é, em si, um traduzir, cuja [[essência]] não pode de forma alguma consistir em duas situações, onde as palavras que transpõem e as palavras transpostas pertençam a linguagens diversas. Em cada [[diálogo]] e em cada [[solilóquio]] vige um traduzir [[originário]]" (1).
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:"Dizemos, então, ser o 'traduzir' a transposição de uma [[língua]] para outra, da língua estrangeira para a língua materna ou também o contrário. Entretanto, temos dificuldade de entender que, constantemente, já estamos traduzindo nossa própria língua, a língua materna, para sua [[palavra]] [[própria]], genuína. Falar e dizer é, em si, um traduzir, cuja [[essência]] não pode de forma alguma consistir em duas situações, onde as palavras que transpõem e as palavras transpostas pertençam a linguagens diversas. Em cada [[diálogo]] e em cada [[solilóquio]] vige um traduzir [[originário]]" (1).
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:(1) HEIDEGGER, Martin. ''Parmênides''. Trad. Sérgio Mário Wrublevski. Petrópolis: 2008, p. 28.
:(1) HEIDEGGER, Martin. ''Parmênides''. Trad. Sérgio Mário Wrublevski. Petrópolis: 2008, p. 28.
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Edição de 01h50min de 14 de Agosto de 2016

1

"Para Heidegger, traduzir só é possível enquanto um conduzir-se para aquilo a partir de onde fala a palavra. Traduzir não é simplesmente conduzir uma língua para outra, uma palavra para outra, mas conduzir a língua para o horizonte de experiência a partir do qual uma palavra se pronuncia, se enuncia. Só é possível, pois, traduzir uma palavra quando se é conduzido para o pensamento em que tal palavra se fez necessária" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. A perplexidade da presença. In: HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2006, p.17.


2

"Dizemos, então, ser o 'traduzir' a transposição de uma língua para outra, da língua estrangeira para a língua materna ou também o contrário. Entretanto, temos dificuldade de entender que, constantemente, já estamos traduzindo nossa própria língua, a língua materna, para sua palavra própria, genuína. Falar e dizer é, em si, um traduzir, cuja essência não pode de forma alguma consistir em duas situações, onde as palavras que transpõem e as palavras transpostas pertençam a linguagens diversas. Em cada diálogo e em cada solilóquio vige um traduzir originário" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Parmênides. Trad. Sérgio Mário Wrublevski. Petrópolis: 2008, p. 28.

3

"O diálogo pensante de Heidegger com a tradição do pensamento ocidental cumpre-se numa tarefa de tradução. Tradução do pensamento para a movimentação de seu começo, ou seja, para o horizonte de suas possibilidades. Este é o sentido etimológico da tradução. Pensar é traduzir para o horizonte do começo" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. "Para que língua se traduz o Ocidente". In: O que nos faz pensar. Cadernos do Departamento de Filosofia da PUC-RIO, out. de 1996, p. 64.

4

"...uma tradução apenas pelo sentido é a pior das traições. Para fazer justiça ao teor de surpresa do texto original, precisa descriar e re-produzir os efeitos materiais, gerando análogos, universos sígnicos instavelmente paralelos, ora secantes, ora tangentes, à figura original (1).


Referência:
(1) LEMINSKI, Paulo. Ensaios e anseios crípticos. 2ª ed. ampliada. Campinas: Editora da Unicamp, 2012, p. 248.