Sintaxe

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:(1) CAPRA, Frotjof. ''A teia da vida''. São Paulo: Cultrix, 1996, p. 86.
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Edição de 12h54min de 1 de março de 2009

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O que se entende por sintaxe esconde normalmente a verdadeira questão. É que sintaxe está relacionada ao logos, nos dois sentidos fundamentais: a)o de reunir; b) o de dizer. Ocorre que isso acontece unido à poesis, a ethos e a aletheia. Temos então a sintaxe poética. Já na retórica, o verbo perde seu vigor, deslocando-se para o sujeito. Desta forma, o logos, fundando a proposição, passa a ser enntendido como o que reúne, mas absolutamente como idéia. Por isso, vamos ter uma sintaxe lógica. E aí se fala de código, discurso e significado. Pois o logos é reduzido à razão e não pode fundar sentido nem linguagem, só um código, uma semiologia. A sintaxe lógico-gramatical nunca funda uma verdade como tensão de desvelamento e velamento, de fala e silêncio.


Manuel Antônio de Castro


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Além das diferentes sintaxes é necessário correlacioná-las com outras palavras como: a) sistema de energias; b) organismo mecanicista de parte e todo; c) organismo sistêmico de relações; d) o fenômeno da auto-organização; e) o sistema imunológico; f) o corpo como ?; g) padrão de organização. A sintaxe sistêmica se dá em torno de três dimensões: conexidade, relações e contexto. Porém, podemos distinguir duas sintaxes fundamentais: a) a sistêmica, acima vista, ou seja, é a sintaxe de um código que tendde a ser confundida com a linguagem. Por outro lado, a sintaxe da linguagem ou poética incorpora o vazio e o silêncio, porque é a própria poiesis. A sintaxe se torna então questão: Como pode haver sintaxe do silêncio, sintaxe da não-verdade, do insólito, do Nada? Nem por isso eles deixam de ser, pois não se reduzer a relações e conexões.


Manuel Antônio de Castro


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A sintaxe é semelhante à tensão da aletheia. Ela precisa ser vista em diversos níveis. O fragmento de Heráclito "physis kryptestai philei", que pode ser entendido de diversas maneiras, contém em si uma sintaxe tensional. Kaos e Kosmos míticos também contém. A sintaxe gramatical é vista como coordenação e subordinação. Isto pode pressupor na coordenação a não linearidade causal se vista não como proposição, mas como discurso. E a linearidade causal, se vista como subordinação, também no discurso. Ocorre que como, na aletheia, o radical, o núcleo e o a-? que se dá e se vela no "?", assim como lethei é a não-verdade da verdade. Por isso, a toria da AUTO-ORGANIZAÇÃO tendo como base a "teoria das estruturas dissipativas" de Prijogine, pode-se dar aparentemente nessa sintaxe da aletheia. Daí, dizer Capra: "Desse modo, a amplificação da realimentação que gera em aumento disparado, e sempre foi olhada como destrutiva na cibernética, aparece como uma fonte de nova ordem e complexidade na teoria das estruturas dissipativas" (1). Aí a questão nunca fala porque não se a escuta. Quando se fala em "estrutura dissipativa", o dissipativo é um atributo da estrutura. E esta é lida conceitualmente e determina o alcance da dissipação, desfazendo o vigor da questão. Nesse sentido a questão que se coloca é a seguinte: Qual a coesão e a coerência, qual é a estrutura do silêncio? A sintaxe do silêncio é sempre ético-poética. É um acontecer poético. O conceito e a obra aberta e a estrutura ausente sofre da mesma contradição. O vigor da sintaxe poética está na palavra poética, orque o que é para ser são as palavras.


Manuel Antônio de Castro


Referência
(1) CAPRA, Fritjof. A teia da vida. São Paulo: Cultrix, 1996, p. 86.


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