Responsabilidade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→1) |
|||
| Linha 1: | Linha 1: | ||
| + | __NOTOC__ | ||
== 1 == | == 1 == | ||
| - | :"Nós estamos habituados a compreender a responsabilidade moral ou religiosamente. Responsabilidade diante da lei moral ou diante de Deus. Mas o conceito de "responsabilidade" deve ser compreendido filosoficamente como espécie distinta do responder. Responder é corresponder [Entgegnen] sapientemente e voluntariamente. O ser responsável, contudo, nunca se dá por terminado. Tais [[perguntas]] não podem nunca ser ''res''pondidas [''Be''antwortet]" (1). A [[banalização]] das [[palavras]] não mais nos deixa ver no verbo responder o radical de ser responsável. Este está sempre ligado ao responder e corresponder. Portanto, o ser humano vigora sempre em sua essência responsável no [[questionar]], perguntar. Ser responsável é [[corresponder]] ao [[apelo]] que nos vem do ato de questionar. Heidegger tira o potencial do seu pensamento escutando e correpondendo ao [[vigorar]] do [[pensamento]] que se densifica nas palavras da [[língua]] alemã: Antworten: responder; Verantworten: ser responsável; Beantworten: responder algo. Portanto, a [[lei]] inerente a toda responsabilidade vigora na [[essência]] e [[destino]] próprio do [[humano]]: questionar e responder, correspondendo ao apelo que vigora em todo questionar. É a responsabilidade [[ontológica]]. | + | :"Nós estamos habituados a compreender a responsabilidade moral ou religiosamente. Responsabilidade diante da lei moral ou diante de Deus. Mas o conceito de "responsabilidade" deve ser compreendido filosoficamente como espécie distinta do responder. Responder é corresponder [Entgegnen] sapientemente e voluntariamente. O ser responsável, contudo, nunca se dá por terminado. Tais [[pergunta|perguntas]] não podem nunca ser ''res''pondidas [''Be''antwortet]" (1). A [[banalização]] das [[palavras]] não mais nos deixa ver no verbo responder o radical de ser responsável. Este está sempre ligado ao responder e corresponder. Portanto, o ser humano vigora sempre em sua essência responsável no [[questionar]], perguntar. Ser responsável é [[corresponder]] ao [[apelo]] que nos vem do ato de questionar. Heidegger tira o potencial do seu pensamento escutando e correpondendo ao [[vigorar]] do [[pensamento]] que se densifica nas palavras da [[língua]] alemã: Antworten: responder; Verantworten: ser responsável; Beantworten: responder algo. Portanto, a [[lei]] inerente a toda responsabilidade vigora na [[essência]] e [[destino]] próprio do [[humano]]: questionar e responder, correspondendo ao apelo que vigora em todo questionar. É a responsabilidade [[ontológica]]. |
Edição atual tal como 15h30min de 19 de janeiro de 2014
1
- "Nós estamos habituados a compreender a responsabilidade moral ou religiosamente. Responsabilidade diante da lei moral ou diante de Deus. Mas o conceito de "responsabilidade" deve ser compreendido filosoficamente como espécie distinta do responder. Responder é corresponder [Entgegnen] sapientemente e voluntariamente. O ser responsável, contudo, nunca se dá por terminado. Tais perguntas não podem nunca ser respondidas [Beantwortet]" (1). A banalização das palavras não mais nos deixa ver no verbo responder o radical de ser responsável. Este está sempre ligado ao responder e corresponder. Portanto, o ser humano vigora sempre em sua essência responsável no questionar, perguntar. Ser responsável é corresponder ao apelo que nos vem do ato de questionar. Heidegger tira o potencial do seu pensamento escutando e correpondendo ao vigorar do pensamento que se densifica nas palavras da língua alemã: Antworten: responder; Verantworten: ser responsável; Beantworten: responder algo. Portanto, a lei inerente a toda responsabilidade vigora na essência e destino próprio do humano: questionar e responder, correspondendo ao apelo que vigora em todo questionar. É a responsabilidade ontológica.
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Lógica. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2008, p. 192.
