Perguntar

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 15h21min de 3 de Agosto de 2019 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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"Quando pergunto pergunto pelo “é”: se é e o que é. Se pergunto assim, então posso fundamentalmente perguntar por tudo. Porém, o perguntar não é só um exercício do saber, pois se já soubesse tudo nem mais poderia perguntar. O perguntar é também um exercício do querer, enquanto tendo para o perguntado e quero atingi-lo e exercê-lo pelo saber. O tender e o querer, no entanto, supõem que o seu objeto seja algo para o qual se possa tender e o qual se possa querer. Mas perguntar eu só posso se já anteriormente sei, não só que o perguntado pode ser sabido, mas também se posso tender a ele para tentar sabê-lo mais e mais. Ora, se posso perguntar, sem mais, por tudo, isto supõe que tudo não somente é inteligível, mas também que tudo pode ser objeto da tendência, do querer, do meu espírito, ou seja, que tudo, além do ser inteligível é também “apetecível”. Ora, o que é apetecível ou objeto de uma tendência em vista da auto-realização chamamos de “bem”. Portanto, tudo o que é, enquanto é, é bom. “Omne ens est bonum”. O “bom” é, portanto, uma propriedade transcendental do ente" (1). [Ver o ensaio do Emmanuel: “O problema da Poética de Aristóteles” (2)].


Referências:
(1) HUMMES o.f.m., Dom Cláudio. Metafísica. Tratado transcrito datilograficamente por Manuel Antônio de Castro. Daltro Filho [Hoje Imigrantes]/RS: 1964, p. 113.
(2) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar 2. Petrópolis: Vozes, 1992.