Nome

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O sentido do pseudônimo". In: -----. ''Aprendendo a pensar III''. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2017, p. 122.
: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O sentido do pseudônimo". In: -----. ''Aprendendo a pensar III''. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2017, p. 122.
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: "Pois justamente a [[relação]] entre [[coisa]] e [[palavra]], e isso na configuração de [[ser]] e [[dizer]], foi uma das primeiras coisas que o [[pensamento]]  ocidental colocou em [[palavras]]. Essa [[relação]] avassalou o [[pensamento]] de tal modo que se pronunciou numa única [[palavra]]. Essa [[palavra]] diz: ''[[logos]]''. Essa [[palavra]] é, ao mesmo tempo, [[nome]] para o [[ser]] e para o [[dizer]]" (1).
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: Referência:
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: (1) HEIDEGGER, Martin. "A essência da linguagem". In: ----. ''A caminho da Linguagem''. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis (RJ): Vozes. Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2003, p. 144.

Edição de 13h21min de 13 de Dezembro de 2017

Tabela de conteúdo

1

Guimarães Rosa diz: "Era um nome, ver o que. Que é que é um nome? Nome não dá, recebe" (1). E noutra passagem complementa: "O que é pra ser - são as palavras" (2). E como! Recebe todas as nossas aventuras e desventuras, vias e desvios, falas e silêncio. Essa tensão entre nome e palavra se torna importante porque o nome indica algo ou alguém, ao passo que a palavra nesta citação está se referindo a Hermógenes. E aqui em palavra ressoa o mito de Hermes. Este coloca o sentido original de palavra: mediação entre duas instâncias. Daí Hermes ser o mensageiro dos deuses. E, no caso, tal mito se torna a questão da verdade. Mas esta não entendida como algo pétreo e definitivo. Pelo contrário: há sempre aí a tensão entre verdade e não-verdade. Por isso, no mito o personagem Hermes em determinado momento declara: Direi sempre a verdade, mas não toda a verdade. Cf. o mito de Hermes para melhor compreender tal personagem-questão.


- Manuel Antônio de Castro


Referências:
(1) ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas, 6. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968, p. 121.
(2) ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas, 6. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968, p. 39.


2

"O homem não é só um ser simplesmente finito. O homem é o mais finito dos seres, porque, na finitude, ele sente sempre o infinito do nada, mesmo em toda pretensão, escamoteada, de ser infinito. É na finitude sem fim do nada que afirma, em tudo que faz e/ou deixa de fazer, o infinito. Por isso, todo nome, que dá, é sempre um pseudônimo" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O sentido do pseudônimo". In: -----. Aprendendo a pensar III. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2017, p. 121.


3

"Desde a criação o homem é, portanto, o denominador universal do ser de tudo que é. Apenas para ele mesmo não encontrou seu nome próprio. É por isso que todo nome dado ao homem e a seus modos de ser não é próprio, é sempre pseudônimo" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O sentido do pseudônimo". In: -----. Aprendendo a pensar III. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2017, p. 122.


11

"Pois justamente a relação entre coisa e palavra, e isso na configuração de ser e dizer, foi uma das primeiras coisas que o pensamento ocidental colocou em palavras. Essa relação avassalou o pensamento de tal modo que se pronunciou numa única palavra. Essa palavra diz: logos. Essa palavra é, ao mesmo tempo, nome para o ser e para o dizer" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A essência da linguagem". In: ----. A caminho da Linguagem. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis (RJ): Vozes. Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2003, p. 144.
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