Motivo
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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Edição de 14h04min de 5 de Outubro de 2018
Tabela de conteúdo |
1
- "Coisas simples não podem apenas ser simples. Por detrás de todo motivo há sempre outro motivo" (1).
- - Referência:
- (1) Fala da personagem Marianne no filme de Liv Ullmann Infiel, com roteiro de Ingmar Bergman.
2
- Como o tempo se dá em instantes, não poderíamos experienciar nenhum instante como tempo se este não fosse sentido, ou seja, linguagem. A linguagem é o sentido do tempo na medida em que este é vida, é memória, é ser. A linguagem é a unidade da memória vigorando enquanto sentido. Em um tal vigorar é que consiste propriamente a poesia. Portanto, tanto esta quanto a linguagem são indissociáveis de ser e tempo. E é o tempo enquanto instante que se torna o motivo de ser poeta. É o que nos diz a poeta Cecília Meireles no primoroso poema "Motivo" do livro Viagem (1):
- Motivo
- Eu canto porque o instante existe
- e a minha vida está completa.
- Não sou alegre nem sou triste:
- sou poeta (1).
- .............................
- Referência:
- (1) MEIRELES, Cecília. Viagem. In: -------. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987, p. 81.
3
- "Em todo existir há sempre um motivo, aquilo que nos move, comove e promove em tudo que fazemos e não fazemos: ser amando. Isso decorre de que não somos nós que nos movemos, mas o amar é que dá a energia e o sentido de todo mover" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 293.
4
- "A realidade é o labirinto que exige de nós uma caminhada de sentido, um motivo que nos mova em nossa existência. É para esse sentido que a dança nos conduz, se a deixarmos operar ,se tivermos a coragem de nos entregarmos a ela em sua vigência. Na dança poética somos tomados pelo que somos, pois ser é sempre uma tarefa poética, onde quem vigora é o princípio: o não cessar de estar sendo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Aprender com a dança: fluxos e diálogos poéticos”. In: TAVARES, Renata (org.). O que me move, de Pina Bausch – e outros textos sobre dança-teatro. São Paulo: LibersArs, 2017, p. 83.