Mímesis

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 21h38min de 29 de março de 2009 por Andre (Discussão | contribs)

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A questão poética articula-se com a questão mundo. A mimesis é o problema da representação, e, por extensão, do problema da criatividade ou do agir, da essência do agir, daí ser necessário ver também o item c) no livro abaixo citado que fala sobre a criatividade poética.


Referências:
Doleizel, Lubomir. A poética ocidental. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990, p. 22 e 23.

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Em geral trata-se do problema da mimesis numa comparação entre a “coisa” natural e a “coisa” cultural (que pode ser igual, pior ou melhor). Nessa comparação e relação se esquecem duas facetas essenciais. O vigor da physis enquanto manifestação (physis: o vigor dominante daquilo que brota e permanece), ou seja, é pelo próprio vigor da physis que se dá o agir do homem, como se o homem completasse o agir da physis, pois não podemos esquecer que o homem também é physis. A segunda relação é que a mimesis se dá enquanto linguagem, mas esta linguagem não é uma produção da mimesis, mas da própria physis enquanto logos (linguagem). Assim sendo, a grande questão da mimesis eclode na questão da linguagem (sentido e verdade) e da poíesis, enquanto o agir e seu sentido e valor ético. A grande questão da mimesis em Platão está relacionada à sua concepção de verdade e da leitura da physis e da diánoia enquanto logos como eidos. A tradução em Platão do eidos por ideia e a mimesis por representação é equívoca e não corresponde à questão que para Platão está em questão: o que no fluxo das mudanças permanece.

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Por que surge com Aristóteles o problema da mimesis? Simplesmente porque ele já separa os "physis onta" dos "techné onta": “Os primeiros são aquilo que no seu emergir se produz a partir de si mesmo; os outros são aquilo que é produzido através da representação e do fazer humano”.


Referências Bibliográficas:
Heidegger, Martin. A sentença de Anaximandro. In: Os Pre-socráticos. Os pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1978, p. 21.

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