Ideia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Idéia está ligada ao ''télos'' ([[fim]]/[[sentido]]) e ela significa o aspecto, a fisionomia. Isto poderia facilmente ser confundido com a [[aparência]] ou o que lhe é oposto: o ideal atemporal. Tal não se dá em Platão. Eis como Heidegger explica: "Isso que alguma coisa é, o ser-isso de alguma coisa (a qüididade da casa, o brotar do broto etc) é o que Platão apreende como ''idéa'', o aspecto, a fisionomia que mostra alguma coisa, de tal modo que esta se mostra em seu ser-isso. A julgar pela [[visibilidade]], essas 'fisionomias' das coisas e de cada ente não são, porém, visualizadas numa visão sensível. São a fisionomia não-visível, a fisionomia supra-sensível" (1).
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:Idéia está ligada ao ''télos'' ([[fim]]/[[sentido]]) e ela significa o aspecto, a fisionomia. Isto poderia facilmente ser confundido com a [[aparência]] ou o que lhe é oposto: o ideal atemporal. Tal não se dá em Platão. Eis como Heidegger explica: "Isso que alguma coisa é, o ser-isso de alguma coisa (a quididade da casa, o brotar do broto etc.) é o que Platão apreende como ''idéa'', o aspecto, a fisionomia que mostra alguma coisa, de tal modo que esta se mostra em seu ser-isso. A julgar pela [[visibilidade]], essas 'fisionomias' das coisas e de cada ente não são, porém, visualizadas numa visão sensível. São a fisionomia não-visível, a fisionomia supra-sensível" (1).

Edição de 22h41min de 22 de Outubro de 2009

1

"Se o horizonte aberto de Platão se denomina ideia e se as cordas do limite se dizem como coisas, a descoberta de Platão foi perceber que as ideias não são anteriores, nem imanentes, nem posteriores às coisas. As ideias são como as coisas, aparecendo somente no ato de realização do mundo. O horizonte só aparece na odisseia realizadora do olhar" (1). Mas devemos assinalar que tanto o horizonte quanto o olhar já são doação do que se dá como e na clareira. Se não nos abrirmos para a clareira na qual já estamos pro-jetados como entre-ser, podemos facilmente cair nas malhas da epistemologia.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia S. C. Ensaios de filosofia. Vozes: 1999, p. 173.

2

Idéia está ligada ao télos (fim/sentido) e ela significa o aspecto, a fisionomia. Isto poderia facilmente ser confundido com a aparência ou o que lhe é oposto: o ideal atemporal. Tal não se dá em Platão. Eis como Heidegger explica: "Isso que alguma coisa é, o ser-isso de alguma coisa (a quididade da casa, o brotar do broto etc.) é o que Platão apreende como idéa, o aspecto, a fisionomia que mostra alguma coisa, de tal modo que esta se mostra em seu ser-isso. A julgar pela visibilidade, essas 'fisionomias' das coisas e de cada ente não são, porém, visualizadas numa visão sensível. São a fisionomia não-visível, a fisionomia supra-sensível" (1).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, p. 281.

3

"Thea (veja-se teatro) diz a fisionomia, o perfil em que alguma coisa se mostra, a visão que é e oferece. Platão chama esse perfil , em que o vigente mostra o que ele é, de eîdos. Ter visto, eidenai, o perfil é saber".
Lida a ideia dentro do contexto do pensamento de Platão, o que no platonismo foi pensado como ideia, e é o que se repete hoje inadvertidamente, o que nela pensa o grande pensador é algo completamente diferente. Ideia é, algo, a ser pensado e não a ser repetido de uma maneira abstrata e vazia. Platão exige de nós o exercício do pensar.


Referência:
HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 45.

4

"Com o advento da ideia como o que é capaz de assegurar o gênero enquanto gênese de tudo fica instaurado o domínio da representação como con-figuração da realidade. Nesse sentido, ao mesmo tempo em que o conhecimento passa a emanar das possibilidades trazidas pela ideia, passa a corroborar com a sua própria conversão à ideia" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p.73.


5

"É, fundamentalmente, através da instituição da ideia, como critério privilegiado de apreensão do real, que se é capaz de constituir um mundo que, se não é inteiramente sem unidades, acaba por fazer das unidades meros operadores expostos ao domínio da identidade, ou por outra, um mundo de unidades reversíveis, reprocessáveis, retornáveis a estágios prévios, anteriores à con-formação dessas mesmas unidades" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 73.


6

"[...] ideia é a possibilidade que todo e qualquer ser humano tem de fazer subsumir o seu relacionamento com o real configurando este, para além ou para aquém de sua múltipla concretude advinda de suas unidades componentes, como composto por gêneros abstratos que produzem a simplificação deste mesmo real" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 221.
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