Etimologia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 23h39min de 6 de Maio de 2010 por Profmanuel (Discussão | contribs)

1

"A língua que hoje se usa nos meios de comunicação é a morte da língua. Fazer um exercício etimológico não é fazer uma pesquisa gramatical. Trata-se de tirar as camadas de cinza que os séculos foram depositando nas palavras até chegar ao seu núcleo, à brasa viva que pulsa em cada uma" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poíesis, sujeito e metafísica". In: ______ (org). A construção poética do real. Rio de Janeiro: 7letras, 2004, p. 19.


2

"Só que os dicionários não dizem nada do que dizem as palavras na experiência originária do pensamento. Por isso, neste caso, como nos demais, não é verdade que o nosso pensamento viva de etimologias. Vive, antes, de pensar a atitude vigorosa daquilo que as palavras, como palavras, nomeiam de forma concentrada. A etimologia, junto com os dicionários, ainda pensa pouco demais" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A coisa". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 152.


3

"O que é a palavra sem a relação com o que nomeia e o que nela vem à palavra? Deve-se sair correndo de toda etimologia vazia e acidental: ela se torna jogatina se o que se está a nomear na palavra já não tiver sido anteriormente pensado por caminhos longos e vagarosos, e não continuar a ser sempre de novo pensado, comprovado, e sempre de novo provado em sua essência de palavra" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio de Janeiro: Delume Dumara, 1998, p. 207.


4

"A linguagem está sempre lembrando o seu começo. Neste sentido, a linguagem é essencialmente etimologia. Etimologia não diz, em primeiro lugar, ciência linguística, que investiga a identidade entre os radicais das palavras. Este sentido é derivado e bastante secundário. Em sentido próprio (aqui, literal), etimologia diz logos do étimo, linguagem do próprio começo. Todavia, a linguagem só pode ser essa incessante retomada e referência ao próprio começo porque, de algum modo, está sempre deslocada do começo" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. "Para que língua se traduz Ocidente". In: ABRANCHES, Antonio (org.). O que nos faz pensar. Vol. 1, 10. Cadernos do Depto. de Filosofia da PUC-RIO, out. de 1996, p.62.

5

"Todo questionamento radical do sentido das palavras deve perguntar pelas palavras a partir do seu começo. Dito de outra forma: todo questionamento radical do sentido das palavras deve ser etimológico. Nessa dimensão, a linguagem do começo é que possibilita a ciência etimológica e não o contrário. Para questionar o sentido não basta conhecer etimologias. É preciso, primeiro, transportar-se, transpor-se para a movimentação do começo, essa que reúne dia e noite como a volta para casa de quem andou, de quem peregrinou e retorna para descansar" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. "Para que língua se traduz Ocidente". In: ABRANCHES, Antonio (org.). O que nos faz pensar. Vol. 1, 10. Cadernos do Depto. de Filosofia da PUC-RIO, out. de 1996, p.62.
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