Espaço

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:(1) HEIDEGGER, Martin. ''Introdução à metafísica''. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 94.
:(1) HEIDEGGER, Martin. ''Introdução à metafísica''. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 94.
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:"Aristóteles nomeia aquilo que nós chamamos de espaço com dois nomes diferentes [em grego]: ''Tópos'' e ''chora''. ''Tópos'' é  o espaço que um [[corpo]] ocupa imediatamente. Este espaço ocupado pelo corpo foi ''inicialmente'' configurado ''pelo'' corpo (''soma''). Este espaço tem os mesmos [[limites]] que o corpo. Uma observação a este propósito: o limite não é, para os gregos, aquilo pelo qual alguma coisa cessa e toma [[fim]], mas aquilo a partir de onde alguma [[coisa]] ''começa'', por onde ela tem seu acabamento. O espaço ocupado por um corpo, ''tópos'', é o seu lugar" (1).
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: Referência:
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: (1) HEIDEGGER, Martin. ''Remarques sur art - sculpture - espace''. Trad. do alemão por: Didier Franck. Paris: Rivages poche / Petite Bibliothèque, 2009, p. 18. Tradução do francês: Manuel Antônio de Castro.

Edição de 20h01min de 13 de Novembro de 2012

1

"Espaço é, essencialmente, o fruto de uma arrumação, de um espaçamento, o que foi deixado em seu limite. O espaçado é o que, a cada vez, se propicia e, com isso, se articula, ou seja, o que se reúne da forma integradora através de um lugar, ou seja, através de uma coisa do tipo da ponte. Por isso, os espaços recebem sua essência dos lugares e não 'do' espaço" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 134.


2

Pelo domínio dos conceitos ciéntíficos, onde domina a percepção de tudo que nos cerca e constitui o universo, o espaço ficou reduzido a um significado dominante, perdendo-se seu sentido mais profundo, o humano, que precede toda e qualquer determinação conceitual da ciência. Preceder diz aí possibilitar esses conceitos, sem que eles abarquem toda a realidade. É o caso muito importante em nossa vida de algo fundamental: o espaço. Este em seu sentido originário, manifestação do humano no vigorar da physis é lugar, é habitação. Diz Heidegger: "Aquilo em que uma coisa devém é o que chamamos "espaço". Os gregos não possuem nenhuma palavra para dizer "espaço". Isso não é mero acaso. Fizeram a experiência do que é "espacial" não a partir da extensão, mas do lugar (topos), como chora. Chora não significa nem lugar nem espaço e, sim, o que é tomado e ocupado pelo que está em si mesmo. O lugar pertence à própria coisa em si mesma. As diversas coisas, cada uma tem seu lugar próprio" (1). O espaço como lugar torna-se algo que vigora a partir do próprio. Então a questão do espaço é a questão do próprio. O que é o próprio?


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 94.


3

"Aristóteles nomeia aquilo que nós chamamos de espaço com dois nomes diferentes [em grego]: Tópos e chora. Tópos é o espaço que um corpo ocupa imediatamente. Este espaço ocupado pelo corpo foi inicialmente configurado pelo corpo (soma). Este espaço tem os mesmos limites que o corpo. Uma observação a este propósito: o limite não é, para os gregos, aquilo pelo qual alguma coisa cessa e toma fim, mas aquilo a partir de onde alguma coisa começa, por onde ela tem seu acabamento. O espaço ocupado por um corpo, tópos, é o seu lugar" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Remarques sur art - sculpture - espace. Trad. do alemão por: Didier Franck. Paris: Rivages poche / Petite Bibliothèque, 2009, p. 18. Tradução do francês: Manuel Antônio de Castro.