Diferença

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:(1) MAROUVO, Patrícia. (ensaio a ser publicado)
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: A [[palavra]] escolhida (diferença) quer dizer o que ela diz: o diferente não estabelece nenhuma escala de [[valores]] comparativos, impossíveis em termos de [[obras de arte]]. Ela quer dizer o que diz: a [[realidade]] jamais se repete e se mostra sempre em novas [[dimensões]], porque a realidade é um incessante [[acontecer]], não em um eterno retorno, mas em uma inaugurabilidade originária que tanto mais se manifesta como o [[vigorar]] do novo quanto mais se funda e afunda no [[nada]] de suas possibilidades poéticas. Esse eidos ou idea de que nos falou Platão, isto é, ''ousia''.
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 12h44min de 14 de março de 2016

1

Toda diferenciação é um crescer tendo como fim, como plena realização, o que lhe dá sentido e atrai: o ser originário, o desejo a ser conquistado. Toda diferença procura a origem daquilo que a constitui, pois é a partir dela, vigorando nela, que se diferencia e é. Mas é um aproximar-se do que se retrai não para outra posição, mas para o que já desde sempre é: vazio, plenitude, não-posição, nada criativo (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 307.


2

"O substantivo, no entanto, desencadeia realidade ontológica em que toda coisa é e ao mesmo tempo não é, numa disputa dinâmica em que vigora a diferença – e por diferença não se quer dizer aqui “oposição” já que toda oposição se baseia numa medida ideal cuja identidade já foi estabelecida de antemão. A própria palavra “diferença” já aponta para o convívio entre duas dimensões distintas: a do conhecido/revelado/aquilo que é e a do desconhecido/velado/aquilo que não é" (1).


Referência:
(1) MAROUVO, Patrícia. (ensaio a ser publicado)


3

A palavra escolhida (diferença) quer dizer o que ela diz: o diferente não estabelece nenhuma escala de valores comparativos, impossíveis em termos de obras de arte. Ela quer dizer o que diz: a realidade jamais se repete e se mostra sempre em novas dimensões, porque a realidade é um incessante acontecer, não em um eterno retorno, mas em uma inaugurabilidade originária que tanto mais se manifesta como o vigorar do novo quanto mais se funda e afunda no nada de suas possibilidades poéticas. Esse eidos ou idea de que nos falou Platão, isto é, ousia.


- Manuel Antônio de Castro