Utensílio

De Dicionário de Poética e Pensamento

Edição feita às 15h17min de 21 de Abril de 2018 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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"Tudo é reduzido a causas porque tudo é reduzido a funções dentro do sistema e as próprias funções estão em função, dentro do sistema, das finalidades do sistema, que se torna, então, o fundamento, o horizonte a partir do qual julgamos tudo e classificamos tudo. É dentro dessa estruturação que determinamos cada sendo ou melhor cada “coisaâ€, cada “utensílio†e cada “obra de arte†(1).
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: Pensamento no Brasil, v.I - Emmanuel Carneiro Leão. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 213.


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"A isto o que cada próprio é os gregos denominaram morphe. Esta palavra indica, portanto, um vir de dentro para fora e nunca um impor limites a partir de algo externo e fixo. Morphe diz eclosão do que é, desvelamento enquanto verdade de realização. Morphe é presença. Para o grego e para cada sendo, nunca pode haver morphe sem telos, isto é, sem eclosão ou desvelamento em sua plenitude de realização. Isso é o consumar, enquanto pensamento, a presença. Jamais morphe é forma funcional e causal, isto é, o que cumpre uma finalidade como a forma de ser do utensílio. A forma imposta de fora e para algo de fora" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte: presença e forma". In: ------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 221.


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"As matérias e as formas respondem pelas obras de arte, mas não são determinadas por elas. Elas assinalam muito mais o horizonte do utensílio em sua utensilidade, isto é, na sua funcionalidade, vistas na luz do desvelar da obra de arte. Por quê? Porque causa é causa na medida em que a ela algo se deve: o utensílio em sua utensilidade. Matéria e forma constituem um servir para, não o que é. São as obras de arte que abrem o horizonte do mundo, onde pode surgir a funcionalidade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “A menina e a bicicleta: arte e confiabilidadeâ€. In: ------. ‘’Arte: o humano e o destino’’. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 281.
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