Dessacralização

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 13h46min de 13 de Novembro de 2017 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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O ser humano, pela instrumentalização da razão, tende a entificar tudo, sobretudo o fundamento a que se reduziu a realidade. Toda conceituação é representação e entificação. A realidade é sem fundamento. Ela funda os fundamentos, os suportes, mas sem se fundamentar. O caminho mais rápido para a dessacralização foi a transformação de “deus” em fundamento.


- Manuel Antônio de Castro

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Ver a entrevista de Haroldo de Campos à autora Maria Thereza Fraga Rocco (1), onde ele trata da literatura moderna como função paródica, metalingüística e dessacralizadora.


Referência:
(1) ROCCO, Maria Thereza Fraga. Literatura/ensino: uma problemática. São Paulo: Ática, 1981, pp. 140–65.


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"A dessacralização que domina hoje é devida a quê? Certamente muitos são os fatores. É no âmago dessa questão que a arte como questão se faz presente. Pode se falar em arte sem levar em consideração a questão do sagrado? Difícil. Porém, ela se faz presente de um modo muito simples e especial que se perdeu com o próprio distanciamento do sagrado acontecido na dinâmica dessas transformações históricas. Transformações essas que dizem respeito à própria dinâmica de o próprio sagrado se destinar. Mas ele, por mais que esteja esquecido, nunca se distancia e torna ausente como tal. Pelo contrário, sem sua presença, sua proximidade, tudo perderia o sentido e o próprio vigor de realização do real. E ele é próximo, tão próximo que até para sermos o que somos só podemos ser sendo essa proximidade. Porém, em tudo que fazemos temos a tendência, hoje e há muito tempo, a considerá-lo distante e inalcançável, como se ele fosse outro que não o vigor do que nos é próprio" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A presença constante do sagrado". In: https://travessiapoetica.blogspot.com.br/ postado em 23 de fevereiro de 2017.
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