Pólis
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
m |
(→1) |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
__NOTOC__ | __NOTOC__ | ||
- | ==1== | + | == 1 == |
+ | :"Um grego vive e experimenta no [[mito]] da [[memória]] uma densidade inaugural em que a [[realidade]] lhe chega nas [[realizações]] históricas de sua convivência, nos cultos, no poder, na [[ciência]], na [[técnica]], na [[arte]], na produção etc. Toda [[cultura]] e toda [[civilização]] se recolhe, então, na dinâmica de articulação da ''pólis''. A [[palavra]] ''pólis'' tem a ver com o [[verbo]] ''pelomai'', que diz a fala dos processos de criação, os movimentos de [[ser]], [[não-ser]] e [[vir-a-ser]], tanto no [[aparecer]] como no desaparecer de tudo que vige e opera, de tudo que surge e cresce, que se ergue e se impõe por si mesmo com a força de seu próprio vigor" (1). Se bem observarmos o que o pensador Emmanuel nos diz bem explicitamente é que jamais pode haver uma dicotomia entre ''[[physis]]'' e cultura, pois é ela que impulsiona tudo que se manifesta, em qualquer nível de realidade. ''Physis'' é a realidade constituindo em suas realizações o real. A cultura, a história, os mitos, as criações poéticas, tudo pertence e se origina na ''physis'' | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : - [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
+ | |||
+ | : (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. O esquecimento da memória. In: Revista Tempo Brasileiro, 153: 143/146, abr.-jun., 2003. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | |||
+ | == 2 === | ||
:Em ''Introdução à metafísica'' (1), Heidegger faz a junção entre ''pólis'' [[política]] e ''pólis'' [[poética]], daí a questão da [[paideia]] poética. | :Em ''Introdução à metafísica'' (1), Heidegger faz a junção entre ''pólis'' [[política]] e ''pólis'' [[poética]], daí a questão da [[paideia]] poética. | ||
Edição de 15h04min de 17 de Novembro de 2012
1
- "Um grego vive e experimenta no mito da memória uma densidade inaugural em que a realidade lhe chega nas realizações históricas de sua convivência, nos cultos, no poder, na ciência, na técnica, na arte, na produção etc. Toda cultura e toda civilização se recolhe, então, na dinâmica de articulação da pólis. A palavra pólis tem a ver com o verbo pelomai, que diz a fala dos processos de criação, os movimentos de ser, não-ser e vir-a-ser, tanto no aparecer como no desaparecer de tudo que vige e opera, de tudo que surge e cresce, que se ergue e se impõe por si mesmo com a força de seu próprio vigor" (1). Se bem observarmos o que o pensador Emmanuel nos diz bem explicitamente é que jamais pode haver uma dicotomia entre physis e cultura, pois é ela que impulsiona tudo que se manifesta, em qualquer nível de realidade. Physis é a realidade constituindo em suas realizações o real. A cultura, a história, os mitos, as criações poéticas, tudo pertence e se origina na physis
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. O esquecimento da memória. In: Revista Tempo Brasileiro, 153: 143/146, abr.-jun., 2003.
2 =
- Em Introdução à metafísica (1), Heidegger faz a junção entre pólis política e pólis poética, daí a questão da paideia poética.
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 175.