Falatório

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Os meios de [[comunicação]] e de acumulação das [[informações]]/[[conhecimentos]] produzem a [[fala]] como [[praga]]. É o [[falatório]]. São centenas e centenas de canais de rádio e televisão. Muitos funcionam ininterruptamente vinte e quatro horas por [[dia]]. Nosso ouvido e [[visão]] estão permanentemente ocupados, assediados pela [[escuta]] de [[falatórios]]. E os [[falatórios]] sobre as mais diversas [[informações]] e [[conhecimentos]], abrangendo qualquer assunto que se possa [[imaginar]]. Faz parte deste [[falatório]] babélico, em que se transformou nossa [[vida]] de hoje, a oferta de músicas em quantidade e variedade inimagináveis. A poluição sonora das máquinas também assume a [[forma]] caótica e agressiva de um [[falatório]]. Diante da [[presença]] maciça do [[falatório]] geral, as [[pessoas]] se sentem compulsoriamente impelidas a [[falar]], numa variação caricata, mas fiel, da [[proposição]] cartesiana: Falo, logo [[existo]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: ''Confraria'' - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 18.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio.''' "As três [[pragas]] do século XXI". In: [[Confraria]] - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 18.'''
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Edição de 21h24min de 5 de Abril de 2025

1

"Os meios de comunicação e de acumulação das informações/conhecimentos produzem a fala como praga. É o falatório. São centenas e centenas de canais de rádio e televisão. Muitos funcionam ininterruptamente vinte e quatro horas por dia. Nosso ouvido e visão estão permanentemente ocupados, assediados pela escuta de falatórios. E os falatórios sobre as mais diversas informações e conhecimentos, abrangendo qualquer assunto que se possa imaginar. Faz parte deste falatório babélico, em que se transformou nossa vida de hoje, a oferta de músicas em quantidade e variedade inimagináveis. A poluição sonora das máquinas também assume a forma caótica e agressiva de um falatório. Diante da presença maciça do falatório geral, as pessoas se sentem compulsoriamente impelidas a falar, numa variação caricata, mas fiel, da proposição cartesiana: Falo, logo existo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: Confraria - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 18.

2

"A fala, a expressão mais radical do ser humano, se vê em nosso século transformada numa praga. O perigo, evidentemente, está em querer proibir a fala, experienciação de subjetividade, consciência e liberdade. O perigo, a praga, é a fala do falatório. No fundo, o que a fala do falatório silencia e oprime? A fala do silêncio, da escuta do silêncio" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: Confraria - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 19.
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