Autenticidade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A autenticidade e a morte". In: -------------. ''Filosofia contemporânea''. Teresópolis (RJ): Daimon Editora, 2013, p. 133.
: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A autenticidade e a morte". In: -------------. ''Filosofia contemporânea''. Teresópolis (RJ): Daimon Editora, 2013, p. 133.
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: "O ser-com-outro do “Dasein”, numa primeira instância pode ser considerado como uma igualdade de todos. Não sou eu que estou propriamente no centro ao qual os outros devem servir, por assim dizer. Todos têm os mesmos direitos, porque todos são igualmente “Dasein”. Todos têm o mesmo dever de ser autêntico “Dasein”, isto é, de tomar livremente sobre si mesmos o sentido autêntico de seu ser. Nesta responsabilidade individual cada um se torna um “ipse”, um  “ele-mesmo”. E a tarefa de viver autenticamente é chamada por Heidegger de “cuidade” (“Sorge”). Mas já que o “Dasein” é constitutivamente um ser-com-outro por isto deve ele ter também cuidado pela autenticidade do outro e isto como condição de sua própria autenticidade: deve ter um “con-cuidado” (“Fürsorge”), ou seja, uma solicitudde. É uma conseqüência do ser-com-outro: minha própria autenticidade depende da solicitude que tenho para que os outros possam ser autênticos. Daí que os outros não podem ser “instrumentos” para mim, mas sim “Dasein”. Mas toda autenticidade é penosa, pois deve arrancar-nos da trivialidade e superficialidade de cada dia, para nos pôr diante da questão suprema da nossa perdição ou salvação, e que deve ser tomada com todo o risco e angústia, livremente e com engajamento, sobre nós numa consciência constante e prática do que implica a autenticidade" (1).

Edição de 22h25min de 17 de Outubro de 2019

1

"Grande é o risco de ligeireza e açodamento, quando se trata de autenticidade. As respostas à pergunta, que é ser autêntico?, têm sido de uma espantosa superficialidade. É que na superfície se disputam interesses de lucro e se exerce a dominação sobre os homens. Mas autenticidade não é somente feita de interesse e dominação. É também feita de criatividade e de desinteresse. Por isso a superficialidade com que se costuma lidar com a autenticidade é espantosa" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A autenticidade e a morte". In: -------------. Filosofia contemporânea. Teresópolis (RJ): Daimon Editora, 2013, p. 132.

2

"...Não é possível obter um pouco de clareza e transparência a seu respeito se não se tomarem a autenticidade e suas manifestações pela radicalidade de tudo que é humano. Enquanto se persistir em enfrentar os desafios da autenticidade, supondo simplesmente que já se sabe o que é o humano do homem e já se sabe o que se sabe, pelo fato de ser homem e se pertencer à humanidade, a verdadeira questão e o desafio essencial ficarão sempre para trás, às costas de qualquer esforço de elaboração" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A autenticidade e a morte". In: -------------. Filosofia contemporânea. Teresópolis (RJ): Daimon Editora, 2013, p. 133.


3

"O ser-com-outro do “Dasein”, numa primeira instância pode ser considerado como uma igualdade de todos. Não sou eu que estou propriamente no centro ao qual os outros devem servir, por assim dizer. Todos têm os mesmos direitos, porque todos são igualmente “Dasein”. Todos têm o mesmo dever de ser autêntico “Dasein”, isto é, de tomar livremente sobre si mesmos o sentido autêntico de seu ser. Nesta responsabilidade individual cada um se torna um “ipse”, um “ele-mesmo”. E a tarefa de viver autenticamente é chamada por Heidegger de “cuidade” (“Sorge”). Mas já que o “Dasein” é constitutivamente um ser-com-outro por isto deve ele ter também cuidado pela autenticidade do outro e isto como condição de sua própria autenticidade: deve ter um “con-cuidado” (“Fürsorge”), ou seja, uma solicitudde. É uma conseqüência do ser-com-outro: minha própria autenticidade depende da solicitude que tenho para que os outros possam ser autênticos. Daí que os outros não podem ser “instrumentos” para mim, mas sim “Dasein”. Mas toda autenticidade é penosa, pois deve arrancar-nos da trivialidade e superficialidade de cada dia, para nos pôr diante da questão suprema da nossa perdição ou salvação, e que deve ser tomada com todo o risco e angústia, livremente e com engajamento, sobre nós numa consciência constante e prática do que implica a autenticidade" (1).
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