Milagre

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Como a [[dança]] faz o [[nada]]? Aqui me lembro de uma passagem do conto “O espelho” de Guimarães [[Rosa]], onde diz: “Quando [[nada]] [[acontece]] há um [[milagre]] que não estamos vendo” (Rosa: 1967, 71). Para mim, a [[dança]] é o [[nada]] [[acontecendo]]. Portanto, a [[dança]] é um [[milagre]]" (1).
: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Aprender com a dança: fluxos e diálogos poéticos”. In: TAVARES, Renata (org.). ''O que me move, de Pina Bausch'' – e outros textos sobre dança-teatro. São Paulo: LibersArs, 2017, p. 81.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' “Aprender com a [[dança]]: fluxos e [[diálogos]] [[poéticos]]”. In: TAVARES, Renata (org.). O que me move, de Pina Bausch – e outros textos sobre [[dança]]-[[teatro]]. São Paulo: LibersArs, 2017, p. 81.'''
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: Entendamos por [[milagre]] a [[presença]] do [[extraordinário]], do [[insólito]], do [[poético]], como [[princípio]] de [[realização]] da [[realidade]] e do [[ser humano]] nessa mesma [[realidade]].
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: - [[Manuel Antônio de Castro]].
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: A [[dança]] jamais pode se por a serviço de qualquer [[sistema]], caso contrário perderá sua [[identidade]], seu [[próprio]]. E qual é o [[próprio]] da [[dança]], a sua [[identidade]]? Esta [[identidade]] não pode ser [[diferente]] da [[identidade]] de todo [[ser humano]]. O [[próprio]] é a [[medida]] de cada um. À [[realização]] dessa [[medida]] corresponde a [[história]] de cada um, que é [[sempre]] [[singular]] e irrepetível. Ou ao menos deveria ser. A [[medida]] é o [[destino]]. O ''[[genos]]'', [[palavra]] [[grega]] que diz a nossa [[proveniência]], é o [[princípio]] e [[medida]] que [[doa]] a cada um o seu [[destino]].
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: - [[Manuel Antônio de Castro]].
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: em mim existem [[milagres]]
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: que esperam sua vez de [[acontecer]]
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: [[eu]] nunca vou desistir de mim      (1)
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:  (1) KAUR, rupi. '''meu corpo / minha casa'''. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 176.

Edição atual tal como 19h17min de 5 de janeiro de 2025

Tabela de conteúdo

1

"Como a dança faz o nada? Aqui me lembro de uma passagem do conto “O espelho” de Guimarães Rosa, onde diz: “Quando nada acontece há um milagre que não estamos vendo” (Rosa: 1967, 71). Para mim, a dança é o nada acontecendo. Portanto, a dança é um milagre" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Aprender com a dança: fluxos e diálogos poéticos”. In: TAVARES, Renata (org.). O que me move, de Pina Bausch – e outros textos sobre dança-teatro. São Paulo: LibersArs, 2017, p. 81.

2

Entendamos por milagre a presença do extraordinário, do insólito, do poético, como princípio de realização da realidade e do ser humano nessa mesma realidade.


- Manuel Antônio de Castro.

3

A dança jamais pode se por a serviço de qualquer sistema, caso contrário perderá sua identidade, seu próprio. E qual é o próprio da dança, a sua identidade? Esta identidade não pode ser diferente da identidade de todo ser humano. O próprio é a medida de cada um. À realização dessa medida corresponde a história de cada um, que é sempre singular e irrepetível. Ou ao menos deveria ser. A medida é o destino. O genos, palavra grega que diz a nossa proveniência, é o princípio e medida que doa a cada um o seu destino.


- Manuel Antônio de Castro.

4

em mim existem milagres
que esperam sua vez de acontecer
eu nunca vou desistir de mim (1)


Referência:
(1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 176.
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