Reflexão

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(4)
 
(18 edições intermediárias não estão sendo exibidas.)
Linha 1: Linha 1:
-
== 1 Pensamento ==
+
__NOTOC__
-
:O pensamento tem um caráter reflexivo. Cf. HEIDEGGER, Martin. "Heráclito". Rio: Relume Dumará, 1998, p. 232.
+
== 1 ==
 +
: O [[pensamento]] tem um caráter reflexivo, pois este diz um voltar sobre si mesmo e aquilo que em nós origina o [[pensamento]], enfim, no que somos e recebemos para [[ser]], em nossa [[essência]]. Diziam os [[gregos]]: ''[[ousia]]''. A [[reflexão]] se dá num [[processo]] de mergulharmos no [[espelho]] que somos nós  mesmos nos vendo, nos conhecendo, nos iluminando. E não será apenas uma [[iluminação]] racional, mas [[ontológica]]. Será uma [[reflexão]] que vai além e aquém do meramente [[epistemológico]] e [[estético]], ou seja, mergulha no [[ontológico]].
-
== 2 "Aprendendo a pensar II"==
+
: - [[Manuel Antônio de Castro]]
-
:Cf. LEÃO, Emmanuel Carneiro. In: "Aprendendo a pensar II". Petrópolis: Vozes, 1992, p. 181.
+
 
 +
: Referência:
 +
 
 +
: Cf. [[HEIDEGGER]], Martin. '''[[Heráclito]]. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, p. 232.'''
 +
 
 +
== 2 ==
 +
: "A reflexão é um processo de [[conhecer]] como conhecemos, um [[ato]] de voltar a nós mesmos, a única oportunidade que temos de [[descobrir]] nossas cegueiras e reconhecer que as [[certezas]] e os [[conhecimentos]] dos [[outros]] são, respectivamente, tão aflitivos e tão tênues quanto os nossos" (1).
 +
 
 +
 
 +
: Referência:
 +
 
 +
: (1) MATURANA, Humberto R. e VARELA, Francisco J. '''A [[árvore]] do [[conhecimento]]. São Paulo: Palas Athena, 2004, p. 29.'''
 +
 
 +
== 3 ==
 +
: "Então, que grande [[perigo]] se aproxima? Então a máxima e mais eficaz sagacidade do planeamento e da [[invenção]] que calculam andaria a par da indiferença para com a [[reflexão]], para com a [[ausência]] total de [[pensamentos]]. E então? Então o [[Homem]] teria renegado e rejeitado aquilo que tem de mais [[próprio]], ou seja, o facto de [[ser]] um [[ser]] que reflete. Por isso, o importante é [[salvar]] essa [[essência]] do [[homem]]. Por isso, o importante é manter desperta a [[reflexão]]" (1).
 +
 
 +
 
 +
: Referência:
 +
 
 +
: (1)  [[HEIDEGGER]], Martin. '''[[Serenidade]]. Lisboa: Instituto Piaget. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos, s/d., p. 26.'''
 +
 
 +
== 4 ==
 +
: "Por outro lado, qualquer [[pessoa]] pode seguir os [[caminhos]] da [[reflexão]] à sua maneira e dentro de seus [[limites]]. Por quê? Porque o [[Homem]] é o ''[[ser]] (Wesen) que pensa, ou seja, que medita (sinnende)''. Não precisamos, portanto, de modo algum, de nos elevarmos às "regiões superiores"  quando reflectimos. Basta demorarmo-nos (''verweilen'') junto do que está perto e meditarmos sobre o que está mais próximo: aquilo que diz respeito a cada um de nós, aqui e agora" (1).
 +
 
 +
 
 +
: Referência:
 +
 
 +
: (1)  [[HEIDEGGER]], Martin. '''[[Serenidade]]. Lisboa: Instituto Piaget. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos, s/d., p. 14.'''
 +
 
 +
== 5 ==
 +
: "...a revolução da [[técnica]] que se está processando na [[era]] atômica poderia prender, enfeitiçar, ofuscar e deslumbrar o [[Homem]] de tal modo que, um dia, o [[pensamento que calcula]] viesse a [[ser]] o único [[pensamento]] admitido e exercido.
 +
: "Então que grande [[perigo]] se aproxima? Então a máxima e mais eficaz sagacidade do planejamento e da [[invenção]] que calculam andaria a par da indiferença para com a [[reflexão]], para com a [[ausência]] total de [[pensamentos]]. E então? Então o [[Homem]] teria renegado e rejeitado aquilo que tem de mais [[próprio]], ou seja, o [[fato]] de [[ser]] um [[ser]] que reflete" (1).
 +
 
 +
 
 +
: Referência:
 +
 
 +
: (1)  [[HEIDEGGER]], Martin. '''[[Serenidade]]. Lisboa: Instituto Piaget. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos, s/d., p.26.'''

Edição atual tal como 21h02min de 5 de janeiro de 2025

1

O pensamento tem um caráter reflexivo, pois este diz um voltar sobre si mesmo e aquilo que em nós origina o pensamento, enfim, no que somos e recebemos para ser, em nossa essência. Diziam os gregos: ousia. A reflexão se dá num processo de mergulharmos no espelho que somos nós mesmos nos vendo, nos conhecendo, nos iluminando. E não será apenas uma iluminação racional, mas ontológica. Será uma reflexão que vai além e aquém do meramente epistemológico e estético, ou seja, mergulha no ontológico.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
Cf. HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, p. 232.

2

"A reflexão é um processo de conhecer como conhecemos, um ato de voltar a nós mesmos, a única oportunidade que temos de descobrir nossas cegueiras e reconhecer que as certezas e os conhecimentos dos outros são, respectivamente, tão aflitivos e tão tênues quanto os nossos" (1).


Referência:
(1) MATURANA, Humberto R. e VARELA, Francisco J. A árvore do conhecimento. São Paulo: Palas Athena, 2004, p. 29.

3

"Então, que grande perigo se aproxima? Então a máxima e mais eficaz sagacidade do planeamento e da invenção que calculam andaria a par da indiferença para com a reflexão, para com a ausência total de pensamentos. E então? Então o Homem teria renegado e rejeitado aquilo que tem de mais próprio, ou seja, o facto de ser um ser que reflete. Por isso, o importante é salvar essa essência do homem. Por isso, o importante é manter desperta a reflexão" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Lisboa: Instituto Piaget. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos, s/d., p. 26.

4

"Por outro lado, qualquer pessoa pode seguir os caminhos da reflexão à sua maneira e dentro de seus limites. Por quê? Porque o Homem é o ser (Wesen) que pensa, ou seja, que medita (sinnende). Não precisamos, portanto, de modo algum, de nos elevarmos às "regiões superiores" quando reflectimos. Basta demorarmo-nos (verweilen) junto do que está perto e meditarmos sobre o que está mais próximo: aquilo que diz respeito a cada um de nós, aqui e agora" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Lisboa: Instituto Piaget. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos, s/d., p. 14.

5

"...a revolução da técnica que se está processando na era atômica poderia prender, enfeitiçar, ofuscar e deslumbrar o Homem de tal modo que, um dia, o pensamento que calcula viesse a ser o único pensamento admitido e exercido.
"Então que grande perigo se aproxima? Então a máxima e mais eficaz sagacidade do planejamento e da invenção que calculam andaria a par da indiferença para com a reflexão, para com a ausência total de pensamentos. E então? Então o Homem teria renegado e rejeitado aquilo que tem de mais próprio, ou seja, o fato de ser um ser que reflete" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Lisboa: Instituto Piaget. Trad. Maria Madalena Andrade e Olga Santos, s/d., p.26.
Ferramentas pessoais