Desvelo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Desvelo é o deixar-se tomar pela vigência [[originário|originária]] do que se presenteia como [[desvelamento]]. Des-velamento - [[verdade]] - é a [[consumação]] (''[[télos]]'') do originário (''[[arkhé]]''), isto é, a [[vigência]] presente da [[essência]] originária em cada [[sendo]].
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Edição de 14h39min de 27 de Dezembro de 2017

1

"Seguir este deslocamento quer dizer: transformar as referências habituais com o mundo e com a Terra e, desde então, suspender-se todo o fazer e avaliar, conhecer e olhar corriqueiros, para permanecer na verdade que acontece na obra. Somente a retenção deste perdurar deixa que o criado seja a obra que ela é. Isto: deixar a obra ser uma obra, nós denominamos o desvelo da obra. Somente para que haja desvelo é que a obra se dá em seu ser-criado como o real efetivo. Isto quer dizer agora: ela se faz presente em caráter operante" (1).
Referência:



1

Desvelo é o deixar-se tomar pela vigência originária do que se presenteia como desvelamento. Des-velamento - verdade - é a consumação (télos) do originário (arkhé), isto é, a vigência presente da essência originária em cada sendo.


- Manuel Antônio de Castro


Ver Também:
*Esperar
*Salvaguarda

2

"O vigor permanente da obra (verdade) como figura (a disputa de delimitação e vazio/nada) está aí para ser manifestado, operado. Mas tem que ser uma operação que deixe a obra ser obra. A esta operação que não impõe uma perspectiva nem uma vontade subjetiva nem objetiva, é que Heidegger denomina Bewahrung. Nós escolhemos uma palavra portuguesa aproximada, pois toda tradução é sempre um aproximar: desvelo. Desvelo: grande cuidado, carinho, vigilância, dedicação sem impor, deixando ser, aguardar o que é próprio e persiste, resguardar o deixar acontecer. Nela ressoa o cuidado e doação amorosa como ocorre, por exemplo, no desvelo da mãe para com o filho, o que pressupõe também no leitor o desvelo para com o que na obra Se dá, presenteia (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Notas". In: HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 236.


3

"Felizmente, em português ainda ressoa em desvelo não só a intensidade do velar o que é digno de ser velado e cuidado, mas, ao mesmo tempo, a intensidade no deixar ser, isto é, o deixar eclodir no que é, no desvelamento" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Notas". In: HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 237.
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