Desvelo
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→3) |
(→1) |
||
| Linha 1: | Linha 1: | ||
__NOTOC__ | __NOTOC__ | ||
| + | == 1 == | ||
| + | : "Seguir este deslocamento quer dizer: transformar as [[referências]] habituais com o [[mundo]] e com a [[Terra]] e, desde então, suspender-se todo o fazer e avaliar, conhecer e olhar corriqueiros, para permanecer na [[verdade]] que acontece na [[obra]]. Somente a retenção deste perdurar deixa que o criado seja a [[obra]] que ela [[é]]. Isto: deixar a [[obra]] [[ser]] uma [[obra]], nós denominamos o [[desvelo]] da [[obra]]. Somente para que haja [[desvelo]] é que a [[obra]] se dá em seu ser-criado como o [[real]] efetivo. Isto quer dizer agora: ela se faz presente em caráter operante" (1). | ||
| + | |||
| + | : Referência: | ||
| + | |||
| + | |||
| + | |||
| + | |||
== 1== | == 1== | ||
: Desvelo é o deixar-se tomar pela vigência [[originário|originária]] do que se presenteia como [[desvelamento]]. Des-velamento - [[verdade]] - é a [[consumação]] (''[[télos]]'') do originário (''[[arkhé]]''), isto é, a [[vigência]] presente da [[essência]] originária em cada [[sendo]]. | : Desvelo é o deixar-se tomar pela vigência [[originário|originária]] do que se presenteia como [[desvelamento]]. Des-velamento - [[verdade]] - é a [[consumação]] (''[[télos]]'') do originário (''[[arkhé]]''), isto é, a [[vigência]] presente da [[essência]] originária em cada [[sendo]]. | ||
| Linha 11: | Linha 19: | ||
: *[[Esperar]] | : *[[Esperar]] | ||
: *[[Salvaguarda]] | : *[[Salvaguarda]] | ||
| - | |||
| - | |||
== 2 == | == 2 == | ||
Edição de 14h39min de 27 de Dezembro de 2017
1
- "Seguir este deslocamento quer dizer: transformar as referências habituais com o mundo e com a Terra e, desde então, suspender-se todo o fazer e avaliar, conhecer e olhar corriqueiros, para permanecer na verdade que acontece na obra. Somente a retenção deste perdurar deixa que o criado seja a obra que ela é. Isto: deixar a obra ser uma obra, nós denominamos o desvelo da obra. Somente para que haja desvelo é que a obra se dá em seu ser-criado como o real efetivo. Isto quer dizer agora: ela se faz presente em caráter operante" (1).
- Referência:
1
- Desvelo é o deixar-se tomar pela vigência originária do que se presenteia como desvelamento. Des-velamento - verdade - é a consumação (télos) do originário (arkhé), isto é, a vigência presente da essência originária em cada sendo.
- Ver Também:
2
- "O vigor permanente da obra (verdade) como figura (a disputa de delimitação e vazio/nada) está aí para ser manifestado, operado. Mas tem que ser uma operação que deixe a obra ser obra. A esta operação que não impõe uma perspectiva nem uma vontade subjetiva nem objetiva, é que Heidegger denomina Bewahrung. Nós escolhemos uma palavra portuguesa aproximada, pois toda tradução é sempre um aproximar: desvelo. Desvelo: grande cuidado, carinho, vigilância, dedicação sem impor, deixando ser, aguardar o que é próprio e persiste, resguardar o deixar acontecer. Nela ressoa o cuidado e doação amorosa como ocorre, por exemplo, no desvelo da mãe para com o filho, o que pressupõe também no leitor o desvelo para com o que na obra Se dá, presenteia (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Notas". In: HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 236.
3
- "Felizmente, em português ainda ressoa em desvelo não só a intensidade do velar o que é digno de ser velado e cuidado, mas, ao mesmo tempo, a intensidade no deixar ser, isto é, o deixar eclodir no que é, no desvelamento" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Notas". In: HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 237.
