Identidade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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Edição de 23h54min de 11 de Julho de 2010
1
- "A identidade tem funcionado sempre como um operacionalizador, isto é: é por meio da identidade que se torna possível à dimensão, subsumindo qualquer relacionamento do que é dimensionado com e pelo concreto, operar sua conversão a um aspecto meramente quantitativo. A identidade, por seus traços mais marcantes, converte as unidades concretas em unidades ideais, e, desse modo, faz compreender, na possibilidade de exercer um processo de mediação, pelo gênero, isto é, pelo conceito genérico. Fundada na semelhança, a identidade busca operar, no sentido da constituição de gêneros, uma redução do real, desde uma multiplicidade de unidades concretas até unidades ideais e gerais" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 38.
2
- A identidade é a unidade das diferenças. Só como diferença pode vigorar identidade, pois esta pressupõe a diferença na qual e pela qual cada um é ele mesmo, para si mesmo, o mesmo. Se bem observarmos, há sempre a necessidade de uma mediação, mas em que o o que é é referenciado a o como é, noutras palavras o que é se dá, manifesta, enquanto o pensar-se, sendo este então o o como´é. A medidação é o entre orginário de ser e pensar, de einai e noein, segundo Parmênides no frag. III. Na referênciação de ser e pensar vigora sempre o mesmo. O mesmo é o próprio, que é originariamente verbal, pois o mesmo é sempre o vigorar da unidade. Então identidade, como conceito, ideia geral, gênero, se reduz a uma igualdade ou uniformidade. Identidade se torna conhecimento apenas, isto é, a manifestação obejtiva de uma subjetividade. É o sentido do especular moderno. Nesse sentido, identidade é sempre uma falsa questão, pois perde o sentido concreto de experienciar-se enquanto próprio. Todo próprio é uma essência verbal.
3
- "É primeiramente imprescindível que seja marcada uma diferença inicial entre identidade e unidade. Identidade, por um lado, se relaciona com a unidade, mas, por outro, substantivamente, difere desta. Esta diferença está presente desde o idioma grego. O uno se diz em grego hén, e o idêntico se diz tò autós. É para se notar que o um é apenas ele mesmo e tem sua vigência, portanto, como um substantivo. O uno é substantivo e é concreto, isto é, é capaz de desencadear sua própria realidade, e portanto é capaz de desencadear realidade. O idêntico, tò autós, por sua vez, é, em grego, um pronome ou um adjetivo que vem substantivado, em geral, por um artigo. A identidade, por sua vez, só pode ser compreendida em decorrência de um processo de comparação de, no mínimo, uma unidade com outra. Ela tem por característica localizar-se no plano abstrato das comparações, e desse modo, impõe a presença necessária de uma instância ajuizadora, essa instância ajuizadora é por sua vez uma ideia ou, num sentido que pode ser mais amplo, a constituição de um gênero. A identidade, portanto só é capaz de se estabelecer a partir de uma mediação, quer dizer, a identidade não prescinde de um termo de comparação de um termo médio" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 38-9.
- Ver também:
3
- "É a identidade que, em se constituindo como um eficaz meio de controle, também concorre para possibilitar a inteligibilidade em relação ao predomínio da ideia enquanto processo de redução do real a um determinado número de gêneros que idealmente se apresentam com a pretensão de totalização da realidade" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 70.
- Ver também: