"salto"
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) [[ROSA]], João Guimarães.''' "O [[espelho]]". In: | + | : (1) [[ROSA]], João Guimarães.''' "O [[espelho]]". In: Primeiras estórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 78.''' |
: (2) [[HEIDEGGER]], Martin. '''La proposición del fundamento (''Der Satz vom Grund''). Trad. Félix Duque y Jorge Pérez de Tudela. Espanha: Ediciones del Serbal, 2003, p. 102. Trad. do espanhol: Manuel Antônio de Castro.''' | : (2) [[HEIDEGGER]], Martin. '''La proposición del fundamento (''Der Satz vom Grund''). Trad. Félix Duque y Jorge Pérez de Tudela. Espanha: Ediciones del Serbal, 2003, p. 102. Trad. do espanhol: Manuel Antônio de Castro.''' |
Edição atual tal como 21h22min de 31 de março de 2025
1
- A diferença entre advérbio temporal ou espacial e a situação ontológica fica bem claro quando se pensa o salto no abismo, que Guimarães Rosa denomina "salto mortale" (1), o livre-aberto do ser, do nada. "Evidentemente que só alcançamos o caminho para um tal ouvir o do escutar, através de um salto. O salto desprende-se de uma e a partir de uma área de desprendimento. O salto abandona esta área e não a deixa, contudo, para trás de si. Através do abandonar, o salto recupera a área de desprendimento de uma nova forma, e, decerto, não apenas acidental, senão necessariamente. O salto é um salto retrospectivo conforme à essência (2).
- (1) ROSA, João Guimarães. "O espelho". In: Primeiras estórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 78.
- (2) HEIDEGGER, Martin. La proposición del fundamento (Der Satz vom Grund). Trad. Félix Duque y Jorge Pérez de Tudela. Espanha: Ediciones del Serbal, 2003, p. 102. Trad. do espanhol: Manuel Antônio de Castro.