Apolo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(Criou página com '== 1 == : "Mas ao entrar no estado de indivíduo, resultante da multiplicidade e aparência, conhece que o gozo da aparência é falaz e retorna ao [[uno]...')
(1)
Linha 1: Linha 1:
== 1 ==
== 1 ==
-
: "Mas ao entrar no [[estado]] de [[indivíduo]], resultante da [[multiplicidade]] e [[aparência]], conhece que o [[gozo]] da [[aparência]] é falaz e retorna ao [[uno]]. Nesta [[perspectiva]], o [[trágico]] não resulta da luta do [[herói]] contra o [[destino]]. A própria [[Natureza]] é [[originária]] e [[radicalmente]] [[trágica]]. O [[mito]] [[trágico]] é a [[representação]] [[simbólica]] da [[sabedoria]] [[dionisíaca]], com a ajuda de meios [[artísticos]] [[apolíneos]] e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao [[uno]]. O [[estado]] [[apolíneo]], pela [[aparência]], corresponde ao [[princípio]] da “[[medida]]” no sentido [[helênico]]. A [[afirmação]] do [[estado]] [[apolíneo]] repousa sobre o abismo oculto do [[mal]] e do [[conhecimento]]. O [[estado]] [[dionisíaco]] era a [[desmedida]]. Este, mostrando o [[erro]] da [[aparência]] e conduzindo os [[homens]] ao [[estado]] de identificação [[primordial]] da [[Natureza]], produz uma consolação [[metafísica]], e a [[desmedida]] revela-se também como [[verdade]]" (1).
+
: "Mas ao entrar no [[estado]] de [[indivíduo]], resultante da [[multiplicidade]] e [[aparência]], conhece que o gozo da [[aparência]] é falaz e retorna ao [[uno]]. Nesta [[perspectiva]], o [[trágico]] não resulta da luta do [[herói]] contra o [[destino]]. A própria [[Natureza]] é [[originária]] e [[radicalmente]] [[trágica]]. O [[mito]] [[trágico]] é a [[representação]] [[simbólica]] da [[sabedoria]] [[dionisíaca]], com a ajuda de meios [[artísticos]] [[apolíneos]] e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao [[uno]]. O [[estado]] [[apolíneo]], pela [[aparência]], corresponde ao [[princípio]] da “[[medida]]” no sentido [[helênico]]. A [[afirmação]] do [[estado]] [[apolíneo]] repousa sobre o abismo oculto do [[mal]] e do [[conhecimento]]. O [[estado]] [[dionisíaco]] era a [[desmedida]]. Este, mostrando o [[erro]] da [[aparência]] e conduzindo os [[homens]] ao [[estado]] de identificação primordial da [[Natureza]], produz uma consolação [[metafísica]], e a [[desmedida]] revela-se também como [[verdade]]" (1).
:  Referência:
:  Referência:
-
:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em ''Vidas Secas''". In: -----. ''Travessia Poética''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 78.
+
:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "As [[faces]] do [[trágico]] em ''[[Vidas]] Secas''". In: -----. [[Travessia]] [[Poética]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 78.'''

Edição de 14h35min de 16 de janeiro de 2025

1

"Mas ao entrar no estado de indivíduo, resultante da multiplicidade e aparência, conhece que o gozo da aparência é falaz e retorna ao uno. Nesta perspectiva, o trágico não resulta da luta do herói contra o destino. A própria Natureza é originária e radicalmente trágica. O mito trágico é a representação simbólica da sabedoria dionisíaca, com a ajuda de meios artísticos apolíneos e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao uno. O estado apolíneo, pela aparência, corresponde ao princípio da “medida” no sentido helênico. A afirmação do estado apolíneo repousa sobre o abismo oculto do mal e do conhecimento. O estado dionisíaco era a desmedida. Este, mostrando o erro da aparência e conduzindo os homens ao estado de identificação primordial da Natureza, produz uma consolação metafísica, e a desmedida revela-se também como verdade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas". In: -----. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 78.
Ferramentas pessoais