Devir

De Dicionário de Poética e Pensamento

(Diferença entre revisões)
 
(2 edições intermediárias não estão sendo exibidas.)
Linha 5: Linha 5:
: Referência:
: Referência:
-
: (1) HESSE, Hermann. '''Sidarta'''. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 91.
+
: (1) HESSE, Hermann. '''[[Sidarta]]. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 91. '''
 +
 
 +
== 2 ==
 +
: "O [[permanecer]] da [[noite]] é a [[possibilidade]] do [[mudar]] do [[dia]]. O [[mudar]] do [[dia]] é a [[possibilidade]] do [[permanecer]] da [[noite]], porque esta não pode [[permanecer]] sem o [[dia]] [[ser]] [[mudança]]. A [[mudança]] do [[dia]] é a [[permanência]] da [[noite]]. A [[permanência]] da [[noite]] é a [[mudança]] do [[dia]]. Não podemos nunca [[apreender]] e [[aprender]] a [[permanência]] como o que se tornou estático. A [[permanência]] não é estática nem [[dinâmica]], porque não é. [[Vigora]]. Acontece. O [[acontecer]] é o [[vigorar]] que se presenteou em [[sentido]]. O [[sentido]] é a [[vigência]] da [[linguagem]] do [[ser]]. O [[vigorar]] jamais pode tornar-se apenas [[devir]]. [[Ser]] [[devir]] é [[estar]] sendo. O [[ser]] nunca está sendo, só sendo no [[estar]]. Apenas o [[sendo]] pode e deve [[estar]] sendo. O [[sendo]] é o [[estar]] que vigora no [[permanecer]] e [[mudar]]. Só o [[sendo]] permanece e muda, torna-se, [[é]] [[devir]], aparecer e desaparecer, parecendo no [[estar]]" (1).
 +
 
 +
 
 +
: Referência:
 +
 
 +
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Passado]]". In: ------. [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 259. '''

Edição atual tal como 07h49min de 25 de Dezembro de 2024

1

"Frequentemente, Sidarta e Vasudeva permaneciam sentados no tronco da árvore, junto à ribeira. Calados, escutavam o que lhes segredava a água, a qual, para eles, não era apenas água, senão a voz da vida, a voz do que é, a voz do eterno Devir" (1).


Referência:
(1) HESSE, Hermann. Sidarta. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 91.

2

"O permanecer da noite é a possibilidade do mudar do dia. O mudar do dia é a possibilidade do permanecer da noite, porque esta não pode permanecer sem o dia ser mudança. A mudança do dia é a permanência da noite. A permanência da noite é a mudança do dia. Não podemos nunca apreender e aprender a permanência como o que se tornou estático. A permanência não é estática nem dinâmica, porque não é. Vigora. Acontece. O acontecer é o vigorar que se presenteou em sentido. O sentido é a vigência da linguagem do ser. O vigorar jamais pode tornar-se apenas devir. Ser devir é estar sendo. O ser nunca está sendo, só sendo no estar. Apenas o sendo pode e deve estar sendo. O sendo é o estar que vigora no permanecer e mudar. Só o sendo permanece e muda, torna-se, é devir, aparecer e desaparecer, parecendo no estar" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 259.
Ferramentas pessoais