Bondade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : Falar dos [[transcendentais]] é falar de [[conversibilidade]] entre o [[ser]] e os quatro [[transcendentais]]. Diz Cláudio Hummes: "A [[conversibilidade]]. Tudo o que [[é]], porque e enquanto lhe convém [[ser]], [[é]] [[uno]], [[verdadeiro]], [[bom]] e [[belo]]. Disto segue uma [[conversibilidade]]: [[tudo]] o que [[é]] [[uno]], [[verdadeiro]], [[belo]] e [[bom]] [[é]]; tudo o que [[é]], [[é]] [[bom]], [[belo]], [[verdadeiro]] e [[uno]]; os graus e os modos de ser são graus e modos de [[unidade]], [[beleza]], [[verdade]] e [[bondade]]. A negação de [[unidade]], [[beleza]], [[verdade]] e [[bondade]] é negação do [[ser]]. Não é esta negação que gera o [[mal]]? No entanto, esta [[conversibilidade]] não implica que a [[relação]] dos [[transcendentais]] para com o [[ser]] seja a [[mesma]] que a do [[ser]] para com os [[transcendentais]]. O [[ser]] fundamenta os [[transcendentais]]; os [[transcendentais]] manifestam e desdobram o [[ser]]. Assim o [[ser]] tem uma prioridade [[ontológica]] – não cronológica – sobre os [[transcendentais]]" (1). | + | : Falar dos [[transcendentais]] é falar de [[conversibilidade]] [[entre]] o [[ser]] e os quatro [[transcendentais]]. Diz Cláudio Hummes: "A [[conversibilidade]]. Tudo o que [[é]], porque e enquanto lhe convém [[ser]], [[é]] [[uno]], [[verdadeiro]], [[bom]] e [[belo]]. Disto segue uma [[conversibilidade]]: [[tudo]] o que [[é]] [[uno]], [[verdadeiro]], [[belo]] e [[bom]] [[é]]; tudo o que [[é]], [[é]] [[bom]], [[belo]], [[verdadeiro]] e [[uno]]; os graus e os modos de [[ser]] são graus e modos de [[unidade]], [[beleza]], [[verdade]] e [[bondade]]. A [[negação]] de [[unidade]], [[beleza]], [[verdade]] e [[bondade]] é [[negação]] do [[ser]]. Não é esta [[negação]] que gera o [[mal]]? No entanto, esta [[conversibilidade]] não implica que a [[relação]] dos [[transcendentais]] para com o [[ser]] seja a [[mesma]] que a do [[ser]] para com os [[transcendentais]]. O [[ser]] [[fundamenta]] os [[transcendentais]]; os [[transcendentais]] manifestam e desdobram o [[ser]]. Assim o [[ser]] tem uma prioridade [[ontológica]] – não cronológica – sobre os [[transcendentais]]" (1). |
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- | : (1) HUMMES, Cláudio. ''Metafísica''. Mímeo. Daltro Filho/Imigrantes/RS, 1963. | + | : (1) HUMMES, Cláudio. '''Metafísica'''. Mímeo. Daltro Filho/Imigrantes/RS, 1963. |
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- | : (1) ANSELMO, Santo. "Cap. VIII - Como é misericordioso e impassível". In: ''Proslógio''. In: ''Os Pensadores''. ''Santo Anselmo'' - ''Abelardo''. São Paulo: Abril Cultural, 2. e., 1979, p. 108. | + | : (1) ANSELMO, Santo. "Cap. VIII - Como é misericordioso e impassível". In: ''Proslógio''. In: '''Os Pensadores'''. '''Santo Anselmo''' - '''Abelardo'''. '''São Paulo: Abril Cultural, 2. e., 1979''', p. 108. |
Edição atual tal como 22h17min de 29 de fevereiro de 2024
1
- Bondade diz respeito ao transcendental bom e pela conversibilidade diz respeito a tudo que é e tudo que é é bom, uno verdadeiro e belo. Portanto, o funcional para ir além do meramente instrumental deve incorporar os transcendentais. A falta de algum dos transcendentais implica a falta de todos. E tal falta gera os formalismos.
2
- Falar dos transcendentais é falar de conversibilidade entre o ser e os quatro transcendentais. Diz Cláudio Hummes: "A conversibilidade. Tudo o que é, porque e enquanto lhe convém ser, é uno, verdadeiro, bom e belo. Disto segue uma conversibilidade: tudo o que é uno, verdadeiro, belo e bom é; tudo o que é, é bom, belo, verdadeiro e uno; os graus e os modos de ser são graus e modos de unidade, beleza, verdade e bondade. A negação de unidade, beleza, verdade e bondade é negação do ser. Não é esta negação que gera o mal? No entanto, esta conversibilidade não implica que a relação dos transcendentais para com o ser seja a mesma que a do ser para com os transcendentais. O ser fundamenta os transcendentais; os transcendentais manifestam e desdobram o ser. Assim o ser tem uma prioridade ontológica – não cronológica – sobre os transcendentais" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, Cláudio. Metafísica. Mímeo. Daltro Filho/Imigrantes/RS, 1963.
3
- "Embora, portanto, seja difícil compreender como a tua misericórdia possa separar-se da tua justiça, vemo-nos, todavia, obrigados a crer que o que emana da tua bondade nunca conflita com a justiça, que nunca se separa da tua bondade, mas com ela está sempre unida. Então, se tu és misericordioso porque és sumamente bom, e és sumamente bom porque sumamente justo, deve-se admitir que és verdadeiramente misericordioso porque és sumamente justo" (1).
- Referência:
- (1) ANSELMO, Santo. "Cap. VIII - Como é misericordioso e impassível". In: Proslógio. In: Os Pensadores. Santo Anselmo - Abelardo. São Paulo: Abril Cultural, 2. e., 1979, p. 108.