Advento

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Porque, embora os [[mitos]] vivam hoje [[ausentes]], ainda assim temos [[sempre]] vivo o [[mítico]], que é um [[apelo]] para a [[Escuta]] do [[canto das Sereias]]. Cada um de [[nós]] já está desde [[sempre]] [[aberto]] para a [[fala]] da [[Escuta]], mas há um [[tempo]] [[próprio]], que os [[gregos]] denominavam ''[[kairós]]'', o [[tempo]] do [[ad-vento]], do [[momento]] [[oportuno]], que não se regula por datas nem por [[causas]] e consequências conhecidas cientificamente, muito menos por [[análises]] ou [[explicações]] [[técnicas]] ou [[críticas]]. É o [[advento]] do [[inesperado]], do [[extraordinário]], do [[mistério]], do [[acontecer poético]] da [[palavra cantada]], da [[fala]] do ''[[lógos]]''. Não é o [[desejo]] de algo [[consciente]] ou [[inconscientemente]] manifestado, mas um despertar para [[realizar]] a [[travessia]] do que somos" (1).
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: "Porque, embora os [[mitos]] vivam hoje [[ausentes]], ainda assim temos [[sempre]] vivo o [[mítico]], que é um [[apelo]] para a [[Escuta]] do [[canto das Sereias]]. Cada um de [[nós]] já está desde [[sempre]] [[aberto]] para a [[fala]] da [[Escuta]], mas há um [[tempo]] [[próprio]], que os [[gregos]] denominavam ''[[kairós]]'', o [[tempo]] do [[ad-vento]], do [[momento]] [[oportuno]], que não se regula por datas nem por [[causas]] e consequências conhecidas cientificamente, muito menos por [[análises]] ou [[explicações]] [[técnicas]] ou [[críticas]]. É o [[advento]] do [[inesperado]], do [[extraordinário]], do [[mistério]], do [[acontecer poético]] da [[palavra cantada]], da [[fala]] do ''[[lógos]]''. Não é o [[desejo]] de algo [[consciente]] ou [[inconscientemente]] manifestado, mas um despertar para [[realizar]] a [[travessia]] do que somos, de nosso [[próprio]]" (1).

Edição de 15h56min de 20 de janeiro de 2022

1

"Porque, embora os mitos vivam hoje ausentes, ainda assim temos sempre vivo o mítico, que é um apelo para a Escuta do canto das Sereias. Cada um de nós já está desde sempre aberto para a fala da Escuta, mas há um tempo próprio, que os gregos denominavam kairós, o tempo do ad-vento, do momento oportuno, que não se regula por datas nem por causas e consequências conhecidas cientificamente, muito menos por análises ou explicações técnicas ou críticas. É o advento do inesperado, do extraordinário, do mistério, do acontecer poético da palavra cantada, da fala do lógos. Não é o desejo de algo consciente ou inconscientemente manifestado, mas um despertar para realizar a travessia do que somos, de nosso próprio" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 175.
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