Imagem-poética

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Os grandes [[poetas]] só trabalham com [[questões]], com as grandes [[questões]]. Mas suas [[veredas]] são densificadas pela sedução e sabor da [[linguagem]] de toda ''[[poiesis]]''. Seus [[caminhos]] e [[descaminhos]] são o canto encantatório da [[memória]]: o que foi, é e será. Sua [[Linguagem]] é a [[Palavra]], como [[Imagem-poética]]. Cada [[Palavra]]-[[imagem]] traz em si o [[sentido]] e a [[verdade]] [[manifestativa]]. Por isso não precisa das [[proposições]] como [[lugar]] da [[verdade lógica]] e [[científica]]. Cada [[Palavra]], por [[ser]] [[poética]], é núcleo de múltiplos [[sentidos]] e [[possibilidades]] de [[revelação]]. Diante da riqueza ofuscante e da ressonância sem [[limites]] da [[linguagem]] do [[silêncio]], eles movem-se na [[fonte]] [[inaugural]] das [[imagens-poéticas]]. Uma [[imagem]] é [[sempre]] um [[dizer]] sonoro do [[silêncio]]. É a [[imagem-poética]]" (1).
: "Os grandes [[poetas]] só trabalham com [[questões]], com as grandes [[questões]]. Mas suas [[veredas]] são densificadas pela sedução e sabor da [[linguagem]] de toda ''[[poiesis]]''. Seus [[caminhos]] e [[descaminhos]] são o canto encantatório da [[memória]]: o que foi, é e será. Sua [[Linguagem]] é a [[Palavra]], como [[Imagem-poética]]. Cada [[Palavra]]-[[imagem]] traz em si o [[sentido]] e a [[verdade]] [[manifestativa]]. Por isso não precisa das [[proposições]] como [[lugar]] da [[verdade lógica]] e [[científica]]. Cada [[Palavra]], por [[ser]] [[poética]], é núcleo de múltiplos [[sentidos]] e [[possibilidades]] de [[revelação]]. Diante da riqueza ofuscante e da ressonância sem [[limites]] da [[linguagem]] do [[silêncio]], eles movem-se na [[fonte]] [[inaugural]] das [[imagens-poéticas]]. Uma [[imagem]] é [[sempre]] um [[dizer]] sonoro do [[silêncio]]. É a [[imagem-poética]]" (1).
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: Referência:
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte em questão: as questões da arte''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 18.
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: "[[Imagem-poética]] é [[sempre]] [[questão]]. A [[imagem-questão]], como a [[linguagem]], não [[é]]. Por isso, a [[obra de arte]], enquanto [[operar]] de ''[[poiesis]]'', não é [[ente]]. Como a [[linguagem]], é [[doação]] do [[ser]]. Por isso, a [[imagem-questão]] não é [[ente]], a [[obra]] não é [[ente]], como a [[verdade]] (''[[aletheia]]'') não é [[ente]]" (1).

Edição de 22h34min de 11 de Novembro de 2020

1

O que é uma personagem-questão? É uma personagem que como tal não existe senão para encarnar, hipostasiar uma ou mais questões. O próprio Rosa as denomina persona-gente. Riobaldo aparece contando para um leitor-questão toda a estória e história de sua vida. Porém, o leitor, aparentemente nunca diz nada. Só escuta. É nessa escuta que podemos, dialogando, escutar tanto o que a imagem-questão ser-tão quer nos dizer, quanto a imagem-questão veredas. O que é imagem-questão? É uma imagem-poética que se torna verbo e presença para manifestar de modo vivo a questão ou questões. Por isso também podemos nomeá-la imagem-poética, na medida em que toda poética pensa o acontecer do ser, no dizer do Rosa, o ser-tão. Esse dizer é o que quis dizer com verbo e presença, pois no caso trata-se da essência do agir e pensar.


- Manuel Antônio de Castro.

2

"Os grandes poetas só trabalham com questões, com as grandes questões. Mas suas veredas são densificadas pela sedução e sabor da linguagem de toda poiesis. Seus caminhos e descaminhos são o canto encantatório da memória: o que foi, é e será. Sua Linguagem é a Palavra, como Imagem-poética. Cada Palavra-imagem traz em si o sentido e a verdade manifestativa. Por isso não precisa das proposições como lugar da verdade lógica e científica. Cada Palavra, por ser poética, é núcleo de múltiplos sentidos e possibilidades de revelação. Diante da riqueza ofuscante e da ressonância sem limites da linguagem do silêncio, eles movem-se na fonte inaugural das imagens-poéticas. Uma imagem é sempre um dizer sonoro do silêncio. É a imagem-poética" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 18.

3

"Imagem-poética é sempre questão. A imagem-questão, como a linguagem, não é. Por isso, a obra de arte, enquanto operar de poiesis, não é ente. Como a linguagem, é doação do ser. Por isso, a imagem-questão não é ente, a obra não é ente, como a verdade (aletheia) não é ente" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 18.
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