Recolher
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Identidade: os dois ocidentes". In: NOYAMA, Samon (org.). ''O sagrado, a arte e a família''. São Paulo: Editora LiberArs, 2011, p. 39. | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Identidade: os dois ocidentes". In: NOYAMA, Samon (org.). ''O sagrado, a arte e a família''. São Paulo: Editora LiberArs, 2011, p. 39. | ||
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+ | : "... em todo [[pensamento]] se dá algo que não somente não pode ser pensado como, sobretudo e em tudo que se pensa, significa [[pensar]], isto é, faz e torna possível o [[pensamento]]. Este "não pensado", que nunca poderá ser pensado, é, pois, um [[nada]]. Mas não um [[nada]] somente [[negativo]], nem um [[nada]] somente [[positivo]] e nem uma mistura, com ou sem [[dialética]], de [[negativo]] e [[positivo]]. Mas então que [[nada]] é este? Um [[nada]] somente criativo tanto da [[negação]] como da [[posição]] e da composição de ambos" (1). Temos no verbo recolher-se o mesmo que recolher. A mudança está em que pratica a possível ação do recolher. No recolher-se temos um verbo reflexivo, com uma diferença. Como em recolher-se a ação vigora no ser. Neste caso a noção gramatical de reflexivo não dá conta do que diz recolher-se, uma vez que a fonte do agir não está no sujeito, mas no ser. Acolher o agir do ser é o recolher-se. E isto depende de quem se recolhe. Há um agir e um não agir, pois neste caso o sujeito é o ser. | ||
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+ | : [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Liberdade, vontade e uso de drogas”. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 246. | ||
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+ | : (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Posfácio. In: HEIDEGGER, Martin. ''Ser e tempo''. 2. e. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 550. |
Edição de 22h07min de 7 de Julho de 2018
1
- "A palavra recolher se compõe de dois prefixos, re- e cum- (co-) e do verbo legere, em latim, e legein, em grego. E o que dizem? Pôr e depor, reunir, dizer, mundificar. Já o prefixo re- diz o tornar a fazer, e o prefixo com- diz o tornar comum, manifestar a unidade. Portanto, recolher é reconstituir a unidade. Esta unidade é que se mostra no diá-logo, pois de legein formou-se a palavra logos, que é o radical de diálogo. Todo diálogo diz o deixar vigorar a diferença, a identidade, o mesmo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Identidade: os dois ocidentes". In: NOYAMA, Samon (org.). O sagrado, a arte e a família. São Paulo: Editora LiberArs, 2011, p. 39.
2
- "... em todo pensamento se dá algo que não somente não pode ser pensado como, sobretudo e em tudo que se pensa, significa pensar, isto é, faz e torna possível o pensamento. Este "não pensado", que nunca poderá ser pensado, é, pois, um nada. Mas não um nada somente negativo, nem um nada somente positivo e nem uma mistura, com ou sem dialética, de negativo e positivo. Mas então que nada é este? Um nada somente criativo tanto da negação como da posição e da composição de ambos" (1). Temos no verbo recolher-se o mesmo que recolher. A mudança está em que pratica a possível ação do recolher. No recolher-se temos um verbo reflexivo, com uma diferença. Como em recolher-se a ação vigora no ser. Neste caso a noção gramatical de reflexivo não dá conta do que diz recolher-se, uma vez que a fonte do agir não está no sujeito, mas no ser. Acolher o agir do ser é o recolher-se. E isto depende de quem se recolhe. Há um agir e um não agir, pois neste caso o sujeito é o ser.
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Liberdade, vontade e uso de drogas”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 246.
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Posfácio. In: HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. 2. e. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 550.