Palco

De Dicionário de Poética e Pensamento

1

"Dançando, o palco é lugar. A dançarina não dança exatamente no palco. Ela dança com o palco. O palco, tornado lugar, dança porquanto na reunião originária de identidades e diferenças em que se dá a plenitude da corporeidade. Palco e dançarina são um corpo e, contudo, corpos. A corporeidade que os reúne como um corpo aqui se dá como dança. O palco não é, contudo, sua estrutura, seu linóleo, sua profundidade, altura ou prestígio. Nada disso pode dançar e, assim, ser lugar de dança. O palco que dança é o vazio que concede saltos, que concede giros e pêndulos, quedas e rolamentos, a espera e o espanto. Este vazio é que se faz lugar e se dá no sentido do que é palco" (1).


Referência:
(1) BRAGA, Diego. A terceira margem do mito: hermenêutica da corporeidade. In: Revista Terceira margem. Revista do Programa de Pós-graduação em Ciência da Literatura da UFRJ. Ano XIV, 22, jan.-jun, 2010, p. 62.
Ferramentas pessoais