Subjetividade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 22h11min de 28 de março de 2009 por Andre (Discussão | contribs)

1

O apelo às Musas ainda não traduz a problemática da subjetividade (gênio) na questão da criação artística. Ernesto Grassi faz observações que apontam para a junção das duas posições, embora não alcance o núcleo ontológico da questão. Mas suas observações servem como indicativo: "Se atentarmos agora no seu autor, o artista, torna-se primeiramente necessário distinguir os momentos artísticos dos subjetivos. Um fenômeno como o do imprescindível estado de alma (ou afinação) tem sido com demasiada frequência subordinado unilateralmente ao domínio da subjetividade. Observamos mais atrás que no momento em que tentamos escolher os fenômenos que nos envolvem se torna visível a 'tensão original' que nos coloca em determinada disposição de alma, ou afinação, a partir da qual conseguimos o projeto de um mundo próprio. Este estado não tem caráter psicológico, no sentido moderno, mas transcendental, isto é, possibilita-nos a existência. Representa um modo particular de iluminação da existência na medida em que nos dá notícia do que se passa nas profundezas da existência humana, antes da sua bipartição entre eu e mundo, em interioridade subjetiva e interioridade objetiva. Em estados alternados desvendam-se-nos, de cada vez, diversos e sempre novos aspectos da realidade" (1). É necessário fazer a caracterização da subjetividade e destacar essa dimensão nova do homem na Modernidade, que levou a uma nova faceta do humanismo. Aqui de novo se torna necessário: 1º Estudar o conceito de gênio; 2º confrontar a questão epistemológica e a ontológica; 3º questionar o conceito de interioridade; 4º ver a questão da ambiguidade; 5º pensar o conceito ontológico de disposição em Heidegger; 6º mostrar a contradição da construção do homem e do real na modernidade.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) GRASSI, Ernesto. Arte e mito. Lisboa: Livros do Brasil, s/d, p. 171.


Ver também: